Intenção de oração

“Paremos este horror da tortura!”, pede Papa à comunidade internacional

Intenção de oração de Francisco para este mês de junho é pelo fim da tortura; “É essencial colocar a dignidade da pessoa acima de tudo”, sublinha

Da redação, com O Vídeo do Papa

Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters

“Paremos este horror da tortura!”. É o apelo do Papa Francisco contido no Vídeo do Papa – divulgado no início da tarde desta terça-feira, 30. O vídeo evidencia o pedido de oração do Santo Padre por meio da Rede Mundial de Oração do Papa para este mês de junho. 

Ao clamar pela abolição da tortura, o Pontífice ressalta que “é essencial colocar a dignidade da pessoa acima de tudo”. O Papa denuncia não só as formas mais violentas de tortura, mas também aquelas “mais sofisticadas, como os tratamentos degradantes, a anulação dos sentidos ou a detenção em massa em condições desumanas”.

Horrorizado pela forma como continua a ser uma prática habitual, Francisco exorta a comunidade internacional a se comprometer “concretamente na abolição da tortura garantindo apoio às vítimas e aos seus familiares”.

História do passado, história atual

“A tortura não é uma história do passado”, explica Francisco no vídeo. “Infelizmente, faz parte da nossa história atual”. A tortura é uma prática que remonta aos tempos antigos. Nos séculos XVIII e XIX, os países ocidentais aboliram o uso oficial da tortura no sistema judicial, e hoje o seu uso é totalmente proibido pelo direito internacional. No entanto, é uma realidade que continua a acontecer em muitos países.

O Fundo das Contribuições Voluntárias das Nações Unidas para as Vítimas de Tortura ajudou em cada ano, desde 1981, uma média de 50.000 vítimas de tortura em países de todas as regiões do mundo. Isto ocorre com frequência, naturalmente, em zonas de conflito, como a agressão russa contra a Ucrânia, onde houve relatos de tortura por parte de soldados russos contra militares e civis ucranianos. Mas também, e em parte devido às novas tecnologias, aumentou o uso de práticas de tortura não sangrentas, como as psicológicas. Para agravar ainda mais, existe uma persistente lacuna de responsabilização por tortura e maus-tratos em todo o mundo, causada em parte pela negação sistêmica, obstrução e evasão deliberada de responsabilidade por parte das autoridades públicas; este cenário dificulta a contagem e o acompanhamento das vítimas.

O momento da denúncia, e a intenção da própria oração, não é por acaso: no próximo dia 26 de junho comemora-se o Dia Internacional das Nações Unidas de Apoio às Vítimas da Tortura, lembrando a data de 1987, quando entrou em vigência na Convenção da ONU contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes (convenção ratificada por 162 países) aprovado em 1984.

Jesus Cristo, torturado e crucificado

O diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, padre Frédéric Fornos S.J., comenta acerca desta intenção: “Quaisquer que sejam as razões, a tortura não pode ser legitimada. Francisco disse-o claramente muitas vezes, por exemplo: ‘Torturar pessoas é um pecado mortal! Que as comunidades cristãs se comprometam a apoiar as vítimas de tortura’ (Tweet de 26 de junho 2018)”.

“Jesus Cristo, rosto de Deus para os cristãos, fez-se próximo de todos os torturados ao longo da história na sua Paixão. Por isso, como nos diz Francisco na Fratelli Tutti: ‘Cada ato de violência cometido contra um ser humano é uma ferida na carne da humanidade’ (FT 227). Este mês de oração e ação pela abolição de todas as formas de tortura, seja de detidos, presos ou vítimas de sequestro, é também um apelo para garantir ‘o apoio às vítimas e aos seus familiares’”, conclui.

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