Pacto Global pela Família

Papa em mensagem: "Não podemos ficar indiferentes ao futuro da família"

Foi divulgada nesta terça-feira, 30, a mensagem de Francisco para o lançamento do Pacto Global pela Família, que visa promover de forma mais eficaz uma cultura da família e da vida

Da redação, com Boletim da Santa Sé 

Papa e uma família durante audiência com participantes da plenária do Dicastério para os Leigos, a Vida e a Família, em abril deste ano /Foto: IPA via Reuters

Uma mensagem do Papa Francisco para o lançamento do Pacto Global pela Família foi divulgada nesta terça-feira, 30. O Pontífice iniciou sua reflexão recordando uma frase de sua Exortação apostólica Amoris laetitia, publicada em abril de 2016: “o bem da família é decisivo para o futuro do mundo e da Igreja” (n. 31).

Com esta convicção, o Santo Padre manifestou seu desejo de apoiar o Pacto Global pela Família, um programa compartilhado de ações visando pôr em diálogo a pastoral familiar com os centros de estudo e pesquisa sobre a família presentes nas universidades católicas de todo o mundo.

Esta iniciativa é do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida e da Pontifícia Academia das Ciências Sociais. Esta última nasceu a partir de estudos e pesquisas sobre a relevância cultural e antropológica da família e os novos desafios que ela está a enfrentar.

Objetivo

Francisco recorda que o objetivo deste Pacto Global é a sinergia, ou seja, fazer com que o trabalho pastoral com as famílias nas Igrejas particulares aproveite, de maneira mais eficaz, os resultados da investigação e do compromisso didático e formativo que se realiza nas universidades.

“Juntas, as universidades católicas e a pastoral, podem promover melhor uma cultura da família e da vida que, a partir da realidade, ajude as novas gerações – neste tempo de incertezas e de carestia da esperança – a estimar o matrimônio, a vida familiar com os seus recursos e desafios, a beleza de gerar e proteger a vida humana. Em suma, é preciso ‘um esforço mais responsável e generoso que consiste em apresentar (…) os motivos para se optar pelo matrimônio e a família, de modo que as pessoas estejam melhor preparadas para responder à graça que Deus lhes oferece’ (Exort. ap. Amoris laetitia, 35)”.

Universidades Católicas

O Pontífice explica que às universidades católicas está confiada a tarefa de desenvolver análises aprofundadas de natureza teológica, filosófica, jurídica, sociológica e econômica sobre o matrimônio e a família, para defender a sua real importância no âmbito dos sistemas contemporâneos de pensamento e de ação.

Dos estudos feitos, o Santo Padre frisa que sobressai um contexto de crise das relações familiares, alimentado tanto por dificuldades contingentes como por obstáculos estruturais, o que torna mais difícil formar serenamente uma família na falta de apoios adequados por parte da sociedade.  “É também por isso que muitos jovens descartam a opção do matrimônio em favor de formas de relações afetivas mais instáveis e informais”, reflete.

No entanto, Francisco afirma que as pesquisas evidenciam também que a família continua a ser a fonte prioritária da vida social e mostram a existência de boas iniciativas que merecem ser partilhadas e difundidas a nível global. “Neste sentido, as próprias famílias poderão e deverão ser testemunhas e protagonistas do percurso”, complementa.

Articulação em quatro passos

O Papa frisa que o Pacto Global pela Família não pretende ser um programa estático, destinado a cristalizar algumas ideias, mas um caminho, articulado em quatro passos: ativar um processo de diálogo e maior colaboração entre os centros universitários de estudo e pesquisa que se ocupam de temáticas familiares que se ocupam de temáticas familiares; criar uma sinergia nos conteúdos e objetivos; favorecer a cultura da família e da vida na sociedade e harmonizar e apoiar, uma vez identificadas, as propostas surgidas.

Sobre o primeiro passo, o de ativar um processo de diálogo e maior colaboração entre os centros universitários de estudo e pesquisa que se ocupam de temáticas familiares, o Santo Padre sublinha que o desejo é tornar mais fecunda a sua atividade, nomeadamente criando ou relançando as redes dos institutos universitários que se inspiram na doutrina social da Igreja.

O segundo passo, o da criação de maior sinergia, se refere às comunidades cristãs e às universidades católicas. Já o favorecimento da cultura da família e da vida na sociedade, a meta é inspirar o surgimento de propostas e objetivos úteis às políticas públicas.

Por último, o passo que pretende harmonizar e apoiar, uma vez identificadas, as propostas surgidas, visa enriquecer o serviço à família para que a o mesmo seja sustentado nas vertentes espiritual, pastoral, cultural, jurídica, política, econômica e social.

A família e os sonhos de Deus

“Grande parte dos sonhos de Deus acerca da comunidade humana realizam-se na família. Por isso, não podemos resignar-nos com o seu declínio em nome da incerteza, do individualismo e do consumismo, que anteveem um futuro de indivíduos isolados que pensam em si mesmos. Não podemos ficar indiferentes ao futuro da família, comunidade de vida e de amor, aliança insubstituível e indissolúvel entre homem e mulher, lugar de encontro entre as gerações, esperança da sociedade”, pede o Papa.

Por fim, Francisco sublinha que a família tem efeitos positivos sobre todos, enquanto geradora de bem comum. “As boas relações familiares constituem uma riqueza insubstituível não só para os cônjuges e os filhos, mas também para toda a comunidade eclesial e civil”.

O Santo Padre agradece todos que aderiram e pretendem aderir ao do Pacto Global pela Família e convida-os a dedicar-se, com criatividade e confiança, a tudo o que possa ajudar a repor a família no coração do compromisso pastoral e social da Igreja.

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