círculo de São Pedro

Papa: somos chamados a ir contracorrente, com a cultura da ternura

“Cuidar do outro como Deus cuidou de nós, de mim, de vós, de cada um de nós”, disse o Pontífice

Da Redação, com Vatican News

Foto: REUTERS/Remo Casilli

No final da manhã desta segunda-feira, 20, o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, os sócios do círculo de São Pedro. Expressando seu agradecimento e reconhecimento o Papa disse: “Agradeço a Deus por todo o bem que fazeis, nós sabemos: é Ele quem nos dá a força para fazê-lo. Mas também dou crédito a vós, que colocais todo o vosso esforço, tempo, energia, criatividade, paciência, perseverança”.

Trabalho caritativo, expressão da vossa fé

O Pontífice acrescentou referindo-se ao trabalho caritativo por eles realizado, expressão também da fé que os anima e os leva adiante:

“Sempre me impressiona ver os números de vossas atividades, não pelos números em si, mas porque por trás deles há tantos rostos, há histórias, há muitas vezes feridas, chagas”, disse o Pontífice e continuou:

“E assim penso em vós que encontrais estes irmãos e irmãs nos refeitórios, nos centros de escuta, no dormitório, ou nas casas-família para os pequenos hospitalizados no ‘Bambin Gesú’, e reconheço em vós a imagem do Bom Samaritano.”

Traço do amor de Deus

Francisco prosseguiu explicando que o Bom Samaritano, na parábola do Evangelho de Lucas, aproxima-se do homem ferido à beira da estrada, aproxima-se dele movido pela compaixão.

“Ele não o conhece, é um estranho, em certo sentido até mesmo um ‘inimigo’, porque os samaritanos eram malvistos e desprezados.” O Papa explica que ele se aproxima porque seu coração é tenro, não é endurecido, é capaz de ternura.

“Esta é a primeira coisa que quero recomendar-vos: a ternura. Atenção, não estou falando de sentimentalismo, não. Estou falando de um traço do amor de Deus de que hoje é necessário mais do que nunca.” 

O Santo Padre explicou que nas sociedades frequentemente poluídas pela cultura da indiferença e pela cultura do descarte, como crentes somos chamados a ir contracorrente com a cultura da ternura, ou seja, de cuidar do outro como Deus cuidou de nós, de mim, de vós, de cada um de nós.

“Vemos isso no Evangelho: como Jesus se aproxima dos pequenos, dos marginalizados, dos últimos. Ele é o Bom Samaritano que deu sua vida por nós, necessitados de misericórdia e de perdão.”

Deus nos amou por primeiro

O Papa Francisco ressaltou que esta é a segunda coisa que nunca se deve esquecer: “que amamos verdadeiramente os outros na medida em que nos reconhecemos amados por Ele, por nosso Senhor e Salvador”.

“Ajudamos na medida em que sentimos que fomos ajudados; levantamos se nos deixamos todos os dias ser levantados por Ele. E podemos vivenciar isso no silêncio da oração, quando nos despimos de nossos papéis, de nossas posições – talvez até mesmo de nossas máscaras, Deus nos livre – e nos colocamos diante d’Ele como somos.”

Por fim, o Pontífice diz que aí, então, Ele pode colocar Seu Espírito em nosso coração, pode nos dar Sua compaixão e ternura. “E assim podemos seguir em frente. Não nós – como diria São Paulo – não nós, mas Ele conosco! Este é o segredo da vida cristã e, de uma maneira especial, do serviço caritativo.”

Francisco concluiu renovando aos sócios do Círculo de São Pedro sua gratidão e encorajamento. “Não posso acompanhar-vos fisicamente nas ruas de Roma, mas faço-o com o coração e oração”, disse o Pontífice. 

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