No Ângelus deste domingo, 28, Francisco recordou a conclusão da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que teve como tema a juventude
Da redação, com Boletim da Santa Sé
“Os frutos deste trabalho já estão ‘fermentando’, assim como o suco de uva nos barris após a colheita. O Sínodo da Juventude foi uma boa colheita e promete bom vinho”. Com esta analogia, o Papa refletiu no Ângelus deste domingo, 23, sobre a conclusão da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que teve como tema a juventude.
A primeira leitura de hoje, texto do profeta Jeremias (31: 7-9), foi, segundo o Pontífice, particularmente entoada para o encerramento do Sínodo, pois traz uma palavra de esperança que Deus dá ao seu povo. “Uma palavra de consolo, baseada no fato de que Deus é um Pai para seu povo. Ele o ama e o trata como um filho”, frisou.
Francisco ressaltou que a esperança de Deus não deve ser encarada como uma miragem, mas sim como uma promessa para pessoas reais, com pontos fortes e fracos. “Esta Palavra de Deus expressa bem a experiência que experimentamos durante as semanas do Sínodo: foi um tempo de consolação e esperança”, comentou o Santo Padre.
Ao recordar as atividades do Sínodo, o Papa falou sobre os momentos de escuta. “De fato, ouvir requer tempo, atenção, abertura de mente e coração. Mas esse compromisso foi transformado diariamente em consolo, sobretudo porque tivemos entre nós a presença animada e estimulante dos jovens, com suas histórias e contribuições. Através dos testemunhos dos padres sinodais, a realidade multifacetada das novas gerações entrou no Sínodo, por assim dizer, de todos os lados: de todos os continentes e de muitas situações humanas e sociais”, relembrou.
A atitude de escuta, auxiliou nas atividades do Sínodo, de acordo com o Pontífice, pois concedeu leitura à realidade e aos sinais dos tempos atuais. “Um discernimento comunitário, feito à luz da Palavra de Deus e do Espírito Santo. Este é um dos mais belos dons que o Senhor dá à Igreja Católica”, pontuou. Assim, Francisco afirmou que foram discutidos os muitos desafios, como o mundo digital, o fenômeno da migração, o sentido do corpo e da sexualidade, o drama das guerras e da violência.
Segundo o Papa, o primeiro fruto desta Assembleia Sinodal, deve ser precisamente o exemplo do método, seguido desde a fase preparatória, de união entre os jovens e a Igreja. “Um estilo sinodal que não tem como objetivo principal a elaboração de um documento, que também é valioso e útil. Mais do que o documento, no entanto, é importante que se espalhe um modo de ser e trabalhar juntos, jovens e idosos, na escuta e no discernimento, para alcançar escolhas pastorais que respondam à realidade”, suscitou.
Francisco invocou a intercessão da Virgem Maria, e confiou a ela, a ação de graças a Deus pelo dom da Assembleia Sinodal. “Nos ajude agora a levar adiante o que foi experimentado, sem medo, na vida cotidiana das comunidades. Que o Espírito Santo faça crescer o fruto do nosso trabalho com a sua sábia imaginação, continuando a caminhar junto com os jovens de todo o mundo”, finalizou.
Após o Ângelus
O Santo Padre expressou sua proximidade com a cidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos da América, em particular com a comunidade judaica, atingida neste sábado, 27, por um ataque na sinagoga. “O Altíssimo recebe os mortos em sua paz, conforta suas famílias e apoia os feridos. Na realidade, todos nós somos feridos por esse ato desumano de violência”, afirmou.
“Que o Senhor nos ajude a extinguir os surtos de ódio que se desenvolvem em nossas sociedades, fortalecendo o sentido de humanidade, o respeito pela vida, os valores morais e civis e o santo temor de Deus, que é amor e Pai de todos”, comentou o Papa.
Francisco recordou a beatificação José Tullio Maruzzo, ordem religiosa dos Frades Menores, e Luis Obdulio Arroyo Navarro, assassinados por ódio à fé, no século passado, durante a perseguição contra a Igreja. “Louvemos ao Senhor e confiemos na sua intercessão a Igreja guatemalteca, e todos os irmãos e irmãs que, infelizmente, ainda hoje, em várias partes do mundo, que são perseguidos por causa testemunhas do Evangelho”.
A festa do Senhor dos Milagres, popular em Lima e em todo o Peru, foi lembrada pelo Santo Padre. “Apresento um agradecido pensamento ao povo peruano e à comunidade peruana de Roma. No último domingo vocês estiveram aqui com o ícone do Senhor dos Milagres, e eu não percebi”, concluiu.