Catequese

Papa: batismo confere igualdade, não há diferença entre os filhos de Deus

“As diferenças e os contrastes que criam separação não deveriam existir entre os fiéis em Cristo”, disse Francisco na Audiência Geral

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco durante Catequese na Sala Paulo VI/ Foto: Daniel Ibanez – CNA

“Somos filhos de Deus”. Este foi o tema da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 8, na Sala Paulo VI. O Pontífice deu continuidade ao ciclo sobre a Carta de São Paulo aos Gálatas. O Apóstolo insiste com aqueles cristãos para que não se esqueçam da novidade radical que supõe o batismo na vida dos fiéis.

“Nós, cristãos, damos frequentemente por certa esta realidade de ser filhos de Deus. Ao contrário, é bom recordar sempre com gratidão o momento em que nos tornamos tais, o do nosso batismo, para viver com maior consciência o grande dom recebido”, comentou o Santo Padre.

Leia mais
.: Na catequese, Papa reflete sobre o sacramento do Batismo

Como já fez em inúmeras ocasiões, o Papa reforçou a importância de todos saberem a data de seu batismo e recordá-la todos os anos. “Se hoje eu perguntasse quem de vocês sabe a data do batismo, creio que poucos levantariam a mão”, brincou Francisco, recomendando que os fiéis celebrem esta memória. 

Cristo faz toda a diferença

A filiação de que Paulo contém uma particularidade, ele afirma que a fé permite ser filhos de Deus «em Cristo» (3, 26). É este “em Cristo” que faz a diferença, explicou o Pontífice. Pela sua encarnação, Ele tornou-se nosso irmão, e pela sua morte e ressurreição reconciliou-nos com o Pai.

Nas suas Cartas, São Paulo refere-se várias vezes ao batismo. Para o apóstolo, reforçou o Papa, ser batizado equivale a participar de modo efetivo e real no mistério de Jesus. Portanto, não é apenas um rito externo. Aqueles que o recebem são transformados nas profundezas do seu ser, no seu íntimo, e possuem uma nova existência, precisamente a vida que lhes permite dirigir-se a Deus e invocá-lo com o nome de “Aba, pai”.

Leia também
.: Papa relembra, durante o Ângelus, a importância do batismo

Superação das diferenças

Francisco define como audaciosas, chocantes e revolucionárias as afirmações do Apóstolo na época, pois, através do batismo, a filiação divina prevalece sobre as diferenças culturais, sociais e religiosas: “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher”.

Sobre estes conceitos, o Santo Padre afirmou com pesar que, no caso da escravidão, esta existe ainda hoje: “Milhões de pessoas sem direito a comer, à educação, ao trabalho. São os novos escravos, que estão na periferia, explorados por todos. Ainda hoje existe a escravidão, pensemos nisto”.

Leia mais
.: Papa: o Batismo acende a vocação pessoal a viver como cristãos

Quanto à diferença entre homens e mulheres, o Pontífice condenou expressões de desprezo ao gênero feminino. “Homem e mulher têm a mesma dignidade. E tem na história hoje uma escravidão das mulheres, as mulheres não tem as mesmas oportunidades que os homens.”

Unidade da raça humana

Paulo afirma a profunda unidade que existe entre todos os batizados, qualquer que seja a sua condição, pois cada um deles, em Cristo, é uma criatura nova. Toda distinção torna-se secundária no que diz respeito à dignidade de ser filho de Deus.

O Papa então concluiu: “As diferenças e os contrastes que criam separação não deveriam existir entre os fiéis em Cristo”. o Santo Padre citou situações “inconscientes” que fazemos inclusive dentro da Igreja, dando prioridade a pessoas bem vestidas e ignorando quem se apresenta maltrapilho.

“A nossa vocação é tornar concreta e evidente a chamada à unidade de toda a raça humana. Tudo o que exacerba as diferenças entre as pessoas, muitas vezes causando discriminação, tudo isto, perante Deus, já não tem qualquer substância, graças à salvação realizada em Cristo. O que conta é a fé que age seguindo o caminho da unidade, indicado pelo Espírito Santo. A nossa responsabilidade consiste em percorrer decisivamente este caminho da igualdade. Mas a igualdade que é sustentada pela redenção de Jesus.”

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo