O presidente palestino Mahmoud Abbas conversou com o Santo Padre a necessidade de um cessar-fogo em Gaza, o papel da Igreja Católica na região entre outros temas
Da redação, com Vatican News
O olhar fixo e profundo dos ícones orientais, os traços austeros de um monge que, há 1.600 anos, liderou como bispo, por 25 anos, a pequena comunidade de Gaza, hoje uma das terras mais martirizadas do planeta. É um presente carregado de simbolismo, enviado ao Papa pelo Patriarca Greco-Ortodoxo de Jerusalém, Teófilo III, através do presidente palestino Mahmoud Abbas, conhecido como Abu Mazen, que, no final da manhã de hoje, 12 de dezembro, encontrou-se com Francisco em audiência por cerca de meia hora.
Cessar-fogo em Gaza
Pouco depois, durante o habitual colóquio na Secretaria de Estado com o cardeal Pietro Parolin e o arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais, foi abordada – informa uma nota da Sala de Imprensa do Vaticano — a questão da “gravíssima situação humanitária em Gaza”. A nota relata o desejo de que “o cessar-fogo e a libertação de todos os reféns aconteçam o quanto antes”.
Diálogo e diplomacia
Além disso, ao “condenar toda forma de terrorismo”, foi enfatizada “a importância de alcançar uma solução de dois Estados apenas por meio do diálogo e da diplomacia, garantindo que Jerusalém, protegida por um estatuto especial, possa ser um lugar de encontro e amizade entre as três grandes religiões monoteístas”. O desejo final foi direcionado ao Jubileu, para que “possa trazer o retorno dos peregrinos à Terra Santa, tão desejosa de paz”.
A troca de presentes
Além do ícone de São Porfírio de Gaza, o presidente palestino presenteou Francisco com um quadro que retrata a visita do Papa ao muro em Belém, durante a viagem apostólica de 2014, e outro quadro que retrata juntos o Papa e Abu Mazen. Francisco retribuiu com uma escultura em bronze representando uma flor que desabrocha, com a inscrição lateral “A paz é uma flor frágil”, o volume com a mensagem para a Paz deste ano e um segundo livro sobre o Apartamento Papal das audiências, editado pela Prefeitura da Casa Pontifícia.