Visita na Itália

Papa sai do Vaticano em peregrinação a túmulos de padres do século XX

Santo Padre quis visitar Bozzolo e Barbiana, localidades italianas onde viveram os padres Primo Mazzolari e Lorenzo Milani

Da Redação, com Rádio Vaticano e Agência Ecclesia

O Papa Francisco visitou na manhã desta terça-feira, 20, duas localidades italianas, Bozzolo e Barbiana, em peregrinação aos túmulos de Don Primo Mazzolari e de Don Lorenzo Milani, nos respectivos lugares. 

A visita foi uma homenagem pessoal a dois sacerdotes católicos do século XX, Primo Mazzolari (1890-1959) e, mais tarde, o padre Lorenzo Milani, por ocasião do 50º aniversário da sua morte.

Em Bozzolo, Francisco foi acolhido pelo bispo de Cremona, Dom Antônio Napolioni, pelo prefeito da cidade e por muitos fiéis. Em seguida, na Paróquia de São Pedro, Francisco se deteve em oração diante do túmulo de Padre Primo Mazzolari.

Papa presta homenagem diante do túmulo de padre Primo Mazzolari / Foto: Reprodução CTV

No discurso em memória de padre Mazzolari, o Papa descreveu a personalidade do sacerdote e sua formação derivada da rica tradição da “terra padana”. O Pontífice também falou da atualidade da sua mensagem tendo como pano de fundo três cenários: o rio, a casa, a planície.

Tomando padre Primo como um exemplo, Papa Francisco deixou um encorajamento aos sacerdotes: “Encorajo todos vocês, irmãos sacerdotes, a ouvirem o mundo, aqueles que vivem e trabalham nele, para responder a todas as questões de sentido e de esperança, sem medo de cruzar desertos e áreas de sombra. Assim, podemos tornar-se Igreja pobre para e com os pobres, a Igreja de Jesus”. 

Barbiana – padre Mazzolari

Em Barbiana, Francisco  afirmou que é preciso “devolver a palavra” e respeitar a dignidade dos mais pobres. “É preciso devolver a palavra aos pobres, porque sem a palavra não há dignidade e, portanto, não há liberdade nem justiça”. 

Na sua última intervenção, Francisco sublinhou que é a palavra que “pode abrir caminho para a plena cidadania na sociedade, através do trabalho, e para a plena pertença à Igreja, com uma fé consciente”.

“No nosso tempo, só a possibilidade de ter a palavra pode permitir o discernimento de tantas e, muitas vezes, confusas mensagens que chovem agora”, prosseguiu.

O Papa apelou a uma “plena humanização” para cada pessoa nesta terra, defendendo o direito “ao pão, à casa, ao trabalho, à família” e à “posse da palavra, como instrumento de liberdade e de fraternidade”.

Visita do Papa a Barbiana, onde está o túmulo de padre Lorenzo Milani / Foto: Reprodução CTV

Francisco chegou a Barbiana vindo de Bozzolo, de helicóptero, e recolheu-se de imediato em oração junto do túmulo do padre Milani. Já na praça junto à igreja paroquial, o Papa dirigiu-se aos presentes para pedir amor pela Igreja e atenção aos mais pobres e frágeis, seja na vida social como na vida pessoal e religiosa.

A intervenção evocou o padre Lorenzo Milani como um sacerdote que testemunhou como no dom de si a Cristo se encontram os irmãos nas suas necessidades.

A visita contou com a presença de antigos discípulos e alunos do sacerdote florentino, que o Papa citou: “Aprendi que os problemas dos outros são iguais aos meus. Sair deles juntos é política. Sair sozinho deles é mesquinhez”.

Francisco falou depois aos padres presentes, aos quais pediu que tenham “sede de Absoluto” e vivam com a força da fé e da caridade. Após este encontro, o Papa regressou ao Vaticano, concluindo assim uma viagem que partiu da sua própria iniciativa.

 

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