A comunhão entre cristãos foi um dos pontos abordados pelo Papa no encontro com a Delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla
Da Redação, com Vatican News
Na manhã desta segunda-feira, 28, o Papa Francisco recebeu a Delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla por ocasião da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. A solenidade será celebrada amanhã.
A visita já é uma tradição entre as delegações das igrejas nas festas de seus respectivos patronos. Em novembro, na festa de Santo André, uma delegação vaticana também vai à Turquia em visita ao Patriarcado.
Nas palavras dirigidas aos presentes, o Papa lembrou, primeiro, que a pandemia afetou tudo e todos. E mais grave do que o que está acontecendo é apenas desperdiçar a crise sem aprender a lição que ela traz. “É uma lição de humildade, que nos ensina a impossibilidade de viver de modo saudável em um mundo doente e de continuar como antes sem perceber o que estava errado”.
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O Papa questionou, então, a atitude como cristãos diante desta situação. É um momento para pensar se querem voltar a fazer tudo como antes ou se querem aceitar o desafio desta crise. “A crise nos pede, portanto, que façamos uma seleção, que discirnamos, que paremos e consideremos o que, de tudo o que fazemos, permanece e o que passa”.
Francisco destacou ainda a necessidade de um amor que não busca seu próprio interesse. Ele falou de um amor concreto, vivido no caminho de Jesus. Um amor que dá frutos. “O Evangelho assegura frutos abundantes não para os que acumulam para si mesmos, não para os que olham para seu próprio benefício, mas para os que compartilham abertamente com os outros, semeando com abundância e gratuitamente, em um humilde espírito de serviço”.
Novo impulso ao caminho da unidade
Diante dessa situação, o Santo Padre indagou se não é, então, a hora de dar um novo impulso ao caminho – com a ajuda do Espírito – para abater velhos preconceitos, superando as rivalidades.
“Sem ignorar as diferenças que terão de ser superadas através do diálogo, da caridade e da verdade, não poderemos inaugurar uma nova fase nas relações entre nossas Igrejas, caracterizada por caminhar mais juntas, por querer dar verdadeiros passos em frente, por nos sentirmos verdadeiramente co-responsáveis umas pelas outras?”.
E concluiu: “Se formos dóceis ao amor, o Espírito Santo, que é o amor criativo de Deus e traz harmonia à diversidade, abrirá o caminho para uma fraternidade renovada”.
Testemunho cristão: sinal de esperança para todos
Por fim, Francisco recordou que o testemunho da crescente comunhão entre os cristãos será também um sinal de esperança para muitos homens e mulheres. Eles se sentirão encorajados a promover uma fraternidade mais universal e uma reconciliação capaz de corrigir as injustiças do passado. “Esta é a única maneira de abrir um futuro de paz”.
Na conclusão, o Papa enviou suas saudações ao Patriarca Bartolomeu e recordou o encontro previsto para outubro deste ano no 30° aniversário da sua eleição.