SERVO DE DEUS

Papa recorda Pio VII, homem de comunhão em tempos difíceis

O Sucessor de Pedro convidou peregrinos a prestarem atenção ao legado do Servo de Deus Papa Pio VII, uma testemunha corajosa do Evangelho em tempos de lutas e divisões

Papa Francisco / Foto: Alessia Giuliani – Reuters

Da redação, com Vatican News

O Papa concluiu suas audiências matutinas deste sábado recebendo os peregrinos de quatro dioceses italianas (Cesena-Sarsina, Savona, Imola e Tivoli) no bicentenário da morte do Servo de Deus Pio VII, ocorrida em 20 de agosto de 1823.

O monge beneditino Dom Gregório Chiaramonti foi eleito Papa em 21 de março de 1800 e seu pontificado durou 23 anos. Ele guiou a Igreja no momento em que as relações com Napoleão atingiram seu ponto mais crítico e Roma foi ocupada por suas tropas. Na noite de 5 para 6 de julho de 1809, seu quarto foi invadido e o Papa foi levado à França, onde ficou em exílio até 1814.

“Papa Chiaramonti foi para todos nós um grande exemplo de bom pastor que dá a vida pelo seu rebanho”, recordou Francisco. Homem de notável cultura e piedade, monge, abade, bispo e Papa, em todos esses papéis manteve intacta a sua dedicação a Deus e à Igreja. O Papa então destacou três aspectos de sua vida: a comunhão, o testemunho e a misericórdia.

Em tempos de lutas e divisões, Pio VII soube transformar as prepotências de quem queria isolá-lo em ocasião para relançar uma mensagem de dedicação e amor à Igreja. O seu exemplo nos impulsiona a ser, no nosso tempo, disse Francisco, construtores de unidade na Igreja.

Manso, mas sagaz!

Homem de índole mansa, Papa Chiaramonti foi um anunciador corajoso do Evangelho, com a palavra e com a vida. Não obstante os duros obstáculos impostos por Napoleão, o Papa Pio VII concretizou a sua atenção aos mais necessitados, distinguindo-se por algumas reformas e iniciativas sociais de amplo alcance, inovadores para o seu tempo, como a revisão das relações de “vassalagem”, com consequente emancipação dos camponeses pobres, a abolição de privilégios da nobreza e do uso da tortura, e a instituição de uma cátedra de cirurgia na Universidade romana La Sapienza para melhorar a assistência médica e o incremento da pesquisa.

“Era um homem intelligente, muito piedoso e esperto. Sabia levar avante inclusive sua prisão com esperteza. Às vezes mandava mensagens entre as roupas e assim conseguia guiar a Igreja, através das vestimentas. E é algo belo, é um homem que é inteligente, esperto e que quis levar avante a tarefa de governar que o Senhor lhe havia dado. Isso é belo.”

Sua misericórdia ficou evidente também em relação aos seus perseguidores, aos quais sempre ofereceu o perdão e até mesmo hospitalidade. E o Papa concluiu:

“Queridos irmãos e irmãs, são muitos os valores aos quais nos evoca a memória do Servo de Deus Pio VII: o amor pela verdade, a unidade, o diálogo, a atenção aos últimos, o perdão e a busca tenaz da paz. Nos fará bem meditá-los e testemunhá-los, para que em nós e nas nossas comunidades cresçam o estilo da mansidão e da disponibilidade ao sacrifício. Mas isso não quer dizer que somos tolos. Não, não. Mansos, mas sagazes como o Senhor nos pede. Simples como a pomba, mas sagaz como a serpente.”

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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