Audiência

Papa recebe participantes da Roaco e pede paz no Oriente

94ª Assembleia Plenária da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (Roaco) se realiza em Roma de 21 a 24 de junho 

Da redação, com Vatican News

Terra Santa./ Foto: Imagem de Anna Sulencka por Pixabay

Nesta quinta-feira, 24, o Papa Francisco recebeu em audiência os participantes da 94ª Assembleia Plenária da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (Roaco), que se realiza na Casa Bom Pastor, em Roma, de 21 a 24 de junho.

O Papa agradeceu e se disse feliz por receber os participantes na conclusão da Sessão Plenária. “O fato de se reunir em presença dá confiança e ajuda no seu trabalho”, disse o Papa. 

O Papa recordou que, por ocasião da pandemia, em 2020 só foi possível este encontro à distância. “Precisamos nos encontrar, fazer dialogar melhor as palavras e os pensamentos, para acolher as perguntas e o grito que vêm de tantas partes do mundo, especialmente das Igrejas e dos países para os quais vocês realizam seu trabalho”.

Líbano

Francisco lembrou que em 2019 havia anunciado a intenção de ir ao Iraque e que se alegra por ter conseguido realizar esse desejo. 

“Fiquei feliz de inserir, entre as pessoas da comitiva, um representante da Roaco, como sinal de gratidão pelo que vocês fizeram e farão”. E acrescentou:

“Apesar da pandemia, vocês tiveram reuniões extraordinárias durante este ano, tanto para abordar a situação na Eritréia quanto para acompanhar a situação no Líbano, depois da terrível explosão no porto de Beirute em 4 de agosto passado. A este propósito, agradeço-lhes pelo compromisso de apoiar o Líbano nesta grave crise; e peço-lhes para rezar e convidar a fazê-lo para o encontro que teremos em 1° de julho, junto com os Chefes das Igrejas Cristãs do país, para que o Espírito Santo nos guie e nos ilumine.”

Ajuda

O Papa Francisco agradeceu aos benfeitores que sustentam os projetos da Roaco e que os tornam possíveis. 

“Muitas vezes são simples fiéis, famílias, paróquias e voluntários que sabem que são “todos irmãos” e dedicam um pouco de seu tempo e de seus recursos àquelas realidades que vocês cuidam”, acrescentou.

Sobre a Coleta em prol da Terra Santa, o Papa lembrou que, em 2020, o valor arrecadado foi a metade do valor dos anos anteriores.

“Certamente os longos meses em que as pessoas não puderam se reunir nas igrejas para as celebrações, mas também a crise econômica gerada pela pandemia, pesaram muito. Se por um lado isso nos faz bem, porque nos impele a uma essencialidade maior, todavia não pode nos deixar indiferentes, pensando também nas ruas desertas de Jerusalém, sem peregrinos que vão ali para se regenerarem na fé, mas também para expressar solidariedade concreta com as Igrejas e as populações locais. Renovo o meu apelo a todos para que redescubram a importância desta caridade.”

Pedido de Paz

O Papa falou sobre as questões de conflito locais na Terra Santa e pediu paz: 

“Primeiramente, a própria Terra Santa, com Israel e Palestina, povos para os quais sonhamos que no céu se estenda o arco da paz, dado por Deus a Noé como sinal da aliança entre o céu e a terra e da paz entre os homens. Muitas vezes, porém, mesmo recentemente, esses céus são sulcados por bombas que causam destruição, morte e medo! “ 

O Papa pediu pela paz na Síria também: 

“Os pedidos de ajuda vindos da Síria nunca estão longe do coração de Deus, mas não parecem ter tocado o coração dos líderes em uma posição de afetar o destino dos povos.”

Em sua mensagem, afirmou que são dez anos de conflito, milhões de pessoas deslocadas interna e externamente, as vítimas e a necessidade de reconstrução, todos reféns do pensamento partidário e da falta de decisões corajosas para o bem daquela nação dilacerada pela guerra.

Outros países

O Papa também citou a situação eclesial no Líbano, Iraque, Etiópia, Armênia e Geórgia.

“O seu estilo é precioso, porque ajuda os Pastores e os fiéis a se concentrarem no essencial, ou seja, no que é necessário para o anúncio do Evangelho, mostrando juntos o rosto da Igreja, que é Mãe, com particular atenção aos pequenos e aos pobres. Às vezes é necessário reconstruir edifícios e catedrais, inclusive aqueles destruídos pela guerra, mas antes de tudo é preciso ter no coração as pedras vivas que estão feridas e dispersas”, disse.

O Papa diz que acompanha com apreensão a situação decorrente do conflito na região de Tigray, na Etiópia, sabendo que também afeta a vizinha Eritreia. Além das diferenças religiosas e confessionais, espera que se passe a ver a importância essencial da mensagem de Fratelli Tutti, sempre que as diferenças entre grupos étnicos e as lutas pelo poder resultantes se tornam sistêmicas.

Ao final, lembrou que em sua viagem para a Armênia em 2016, ele e o Catholicos Karekin II soltaram pombas ao céu em sinal de esperança pela paz em toda a região do Cáucaso. 

“Infelizmente, nos últimos meses, essa esperança mais uma vez foi frustrada. Por isso, estou grato pela preocupação que demonstraram pela situação na Geórgia e na Arménia, a fim de permitir que a comunidade católica continue a ser um sinal e fermento de vida evangélica.”

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