Papa recebe delegação budista da Tailândia: diálogo e colaboração

“É nossa tarefa hoje guiar nossos fiéis a um sentido mais vivo de que somos todos irmãos e irmãs”, disse Francisco durante o encontro com a Delegação Budista da Tailândia, no Vaticano

Da Redação, com Vatican News

O Papa recebeu a delegação budista da Assembleia Sangha de Chetuphon / Foto: Vined mind – Pixabay

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira, 17, no Vaticano, a Delegação Budista da Tailândia, composta por 33 eminentes monges budistas das escolas Theravada e Mahayana.

Junto ao grupo estavam 60 budistas leigos e vários representantes da Igreja católica tailandesa. O objetivo da visita é comemorar o quinquagésimo aniversário do encontro histórico do venerável Somdej Phra Wannarat, (décimo sétimo Patriarca Budista Supremo da Tailândia, com o Papa São Paulo VI em 5 de junho de 1972).

“Expresso minha profunda gratidão ao Patriarca Supremo Somdej Phra Sri Ariyavongsagatanana IX e ao Chefe da Sangha Suprema da Tailândia por enviar Somdej Phra MahaTheerajarn e a delegação tailandesa ao Vaticano para renovar nossos laços de amizade e colaboração recíproca”, sublinhou Francisco.

Amizade e diálogo fraterno

O Pontífice aproveitou a ocasião para renovar os sentimentos expressos pelo Papa Paulo VI quando se encontrou com a Delegação Tailandesa 50 anos atrás.

“Temos uma profunda consideração pelos tesouros espirituais, morais e socioculturais que lhe foram doados através de suas preciosas tradições.”

Francisco afirmou reconhecer os valores dos quais os visitantes são guardiões, e compartilhar o desejo de que sejam preservados e promovidos.

“Desejamos um diálogo cada vez mais amigável e uma estreita colaboração entre as tradições que vocês representam e a Igreja Católica”.

O Papa afirmou perceber, ao longo desses cinquenta anos, um crescimento gradual e constante do “diálogo amigável e da estreita colaboração” entre as duas tradições religiosas. 

“Lembro-me da visita da delegação tailandesa em 16 de maio de 2018,” disse o Papa. Ele explicou que teve a tradução de um antigo manuscrito budista na língua pali, conservado na Biblioteca Vaticana.

“Tenho uma lembrança alegre da minha visita ao seu amado país, de 20 a 23 de novembro de 2019, e da hospitalidade e do acolhimento maravilhosos que recebi.”

O Sumo Pontífice também agradeceu a sua amizade e diálogo fraterno com os membros do Dicastério para o Diálogo Interreligioso e com a comunidade católica na Tailândia. 

Superar o egoísmo que gera conflito e violência

Papa Francisco destacou ainda que, num momento em que a família humana e o planeta estão enfrentando múltiplas ameaças, o diálogo amigável e a estreita colaboração são ainda mais necessários. 

“Infelizmente, de todos os lados ouvimos o grito de uma humanidade ferida e de uma Terra dilacerada. Buda e Jesus entenderam a necessidade de superar o egoísmo que gera conflito e violência”.

O Pontífice destacou a tarefa de guiar os respectivos fiéis a um sentido mais vivo da verdade de que somos todos irmãos e irmãs. “E isso significa que devemos trabalhar juntos para cultivar compaixão e hospitalidade para todos os seres humanos, especialmente os pobres e marginalizados.”

“Nesse espírito, encorajo seus esforços para aprofundar e ampliar o diálogo e a colaboração com a Igreja católica” disse ainda Francisco, agradecendo novamente o gesto cortês da Delegação Budista da Tailândia de ir ao Vaticano, comemorar o encontro memorável entre seus veneráveis predecessores.

O Papa recordou a Conferência que se realiza na tarde desta sexta-feira, na Pontifícia Universidade Urbaniana, intitulada “Amizade entre budistas e cristãos para uma cultura do encontro”.

Por fim, o Sumo Pontífice fez votos de uma boa estada da Delegação Budista da Tailândia em Roma.

 

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