ORAÇÃO MARIANA

Papa: 'Pobres de espírito' exige que superemos a cultura do descarte

No Angelus, Francisco refletiu sobre a primeira bem-aventurança e diz que ser “pobre de espírito” exige acolher tudo como dom de Deus e lutar contra a mentalidade descartável da sociedade

Da redação, com Vatican News

Francisco durante o Angelus deste domingo, 29 / Foto: Reprodução Reuters

O Papa Francisco rezou a tradicional oração mariana do Angelus neste domingo, 30, e refletiu sobre a primeira e fundamental bem-aventurança: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5, 1-12).

Os “pobres de espírito”, observou, são aqueles que reconhecem que não podem confiar em si mesmos ou permanecer autossuficientes. “Eles vivem como ‘mendigos diante de Deus’. Sentem a sua necessidade d’Ele e reconhecem o bem que d’Ele vem como um dom, como uma graça”, afirmou o Pontífice.

Contra a mentalidade do desperdício

E para isso o Papa propõe três desafios contra a mentalidade do desperdício. Primeiro desafio: não desperdiçar o dom que somos. “Cada um de nós é um bem, independentemente dos dotes que temos”, afirmou. “Cada mulher, cada homem é rico não apenas de talentos, mas de dignidade, é amado por Deus, é valioso, é precioso”.

“Jesus nos lembra que somos bem-aventurados não pelo que temos, mas pelo que somos. A verdadeira pobreza, portanto, é quando uma pessoa se abandona e se deteriora, desperdiçando a si mesma. Lutemos, com a ajuda de Deus, contra a tentação de nos considerarmos inadequados, errados, e de sentir pena de nós mesmos”

Não desperdiçar os dons que temos

Depois, o segundo desafio: não desperdiçar os dons que temos. Aqui o Papa refere-se ao desperdício que nos é dado pela criação, os alimentos que são desperdiçados enquanto tanta gente morre de fome:
“Os recursos da criação não podem ser usados dessa maneira; os bens devem ser conservados e compartilhados, para que não falte a ninguém o que é necessário. Não desperdicemos o que temos, mas difundamos uma ecologia da justiça e da caridade!”

Não descartar as pessoas

Enquanto que o terceiro desafio: não descartar as pessoas, Francisco fala sobre a cultura do descarte explicando que se joga fora egoisticamente quando alguém não nos interessa mais.
“Mas as pessoas não podem ser jogadas fora, nunca! Cada um é um dom sagrado e único, em todas as idades e em todas as condições. Respeitemos e promovamos sempre a vida!”

Concluindo o Santo Padre propôs nos questionarmos sobre estes três desafios, “Antes de tudo, como vivo a pobreza de espírito? Será que dou lugar a Deus, será que acredito que Ele seja o meu bem, minha verdadeira e grande riqueza?”. E depois: “tenho o cuidado de não desperdiçar, sou responsável pelo uso das coisas, dos bens? E eu estou disposto a compartilhá-los com outros?” Por fim o Papa recordou que devemos nos perguntar: “considero os mais frágeis como dons preciosos, que Deus me pede para cuidar? Será que me recordo dos pobres, daqueles que não têm o necessário?”.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo