Homilia

Papa pede proximidade dos bispos a Deus, aos sacerdotes e ao povo

Na missa na Casa Santa Marta, Francisco pediu orações pelos sacerdotes e bispos, exortando-os a quatro “formas” de proximidade

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco durante Celebração Eucarística desta sexta-feira, 20/ Foto: Vatican Media

Proximidade a Deus com a oração, aos sacerdotes, e ao povo de Deus. Este é o caminho que o Papa Francisco indicou aos bispos, na manhã desta sexta-feira, 20, na homilia da missa na Casa Santa Marta. A sua reflexão foi inspirada nas leituras da liturgia de ontem e hoje, e concentra-se nos conselhos que o apóstolo Paulo dá ao jovem bispo Timóteo: conselho que prossegue, depois, também na segunda carta.

Na liturgia desta quinta-feira, 19, no centro desses conselhos estava a exortação a viver o ministério como um dom. Hoje, o cerne da reflexão é o dinheiro, mas também a intriga, “as fofocas, as discussões estúpidas”: todas as coisas que enfraquecem a vida ministerial, destacou o Pontífice. “Quando um ministro – seja sacerdote, diácono, bispo – começa a se apegar ao dinheiro, une-se à raiz de todos os males”, reiterou o Papa, que evocou a primeira leitura desta sexta-feira, 20, na qual Paulo recorda que a avidez do dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm 6,2c-12). “O diabo entra pelo bolso, diziam as senhoras do meu tempo”, recordou.

Na homilia, o Santo Padre se concentrou nos conselhos que o apóstolo Paulo dá a Timóteo e a todos os ministros nas duas cartas. Não só os bispos, mas também os sacerdotes e os diáconos são chamados a serem próximos, segundo Francisco. São as quatro “proximidades” que o Papa indicou. Antes de tudo, o bispo “é um homem de proximidade a Deus”, reforçou.

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O Pontífice recordou que, quando os apóstolos, para servir melhor viúvas e órfãos, “inventaram” os diáconos, Pedro explicou que a eles, apóstolos, cabia “a oração e o anúncio da Palavra”: “A primeira tarefa de um bispo, portanto, é rezar: ‘dá força’, e desperta também a consciência deste dom, que não devemos ignorar, que é o ministério”.

A segunda proximidade à qual o bispo é chamado é aos seus sacerdotes e diáconos, os seus colaboradores, que são os vizinhos mais próximos. “É preciso amar primeiro o seu próximo, que são os seus sacerdotes e os diáconos”, observou:

“É triste quando um bispo esquece os seus sacerdotes. É triste ouvir as lamentações de sacerdotes que dizem: ‘Liguei para o bispo, preciso de um encontro para dizer algo, e a secretária me disse que está tudo lotado nos próximos três meses e não podia…’. Um bispo que sente esta proximidade aos sacerdotes, se sabe que um sacerdote ligou hoje, no máximo amanhã deveria chamá-lo, porque ele tem o direito de conhecer, de saber que tem um pai. Proximidade aos sacerdotes. E os sacerdotes vivam esta proximidade entre si, não as divisões. O diabo entra ali para dividir o presbitério, para dividir”, alertou. Assim, advertiu Francisco, começam os grupinhos que “dividem por ideologias”, “por simpatias”.

Por fim, a quarta proximidade é ao povo de Deus: “Na segunda Carta, Paulo começa dizendo a Timóteo para não se esquecer da sua mãe e da sua avó, isto é, para não se esquecer de onde ele saiu, de onde o Senhor o tirou. Não se esqueça do seu povo, não se esqueça das suas raízes! E agora, como bispo e como sacerdote, é preciso estar sempre perto do povo de Deus. Quando um bispo se afasta do povo de Deus, acaba numa atmosfera de ideologias que nada têm a ver com o ministério: não é um ministro, não é um servo. Esqueceu-se do dom, gratuito, que lhe foi dado”.

Em sua conclusão, o Santo Padre voltou a pedir para o clero não esquecer estas quatro “proximidades”, incluindo a do colégio episcopal e presbiteral: “a proximidade com Deus, a oração; a proximidade do bispo aos sacerdotes e dos sacerdotes ao bispo e dos sacerdotes entre eles e dos bispos entre eles, ou seja, a proximidade filial com Deus e fraternal ou paternal no bispo e nos sacerdotes. E proximidade ao povo de Deus”.

O Papa reafirmou sua oração para que os bispos e os sacerdotes tenham essa proximidade, “aos seus líderes”, “aqueles que os conduzem pelo caminho da salvação”. “Teria a curiosidade de perguntar-lhes: vocês rezam pelos seus sacerdotes, pelo pároco, pelo vice-pároco, ou apenas os criticam? Devemos rezar pelos sacerdotes e pelos bispos, para que todos nós saibamos conservar o dom – não negligenciar este dom que nos foi dado – com esta proximidade”.

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