Mensagem

Papa para o Dia Mundial da Paz: unidade é o segredo para construir a paz

Em 2023, data tem como tema: “Ninguém pode salvar-se sozinho. Juntos, recomecemos a partir da Covid-19 para traçar sendas de paz”

Da redação, com Vatican News

Foto: Andreas Solaro/Pool via REUTERS

“É hora de pararmos um pouco para nos interrogar, aprender, crescer e deixar transformar”. Este é o convite do Papa Francisco contido na mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2023, celebrado em 1º de janeiro.

O tema escolhido pelo Pontífice é: “Ninguém pode salvar-se sozinho. Juntos, recomecemos a partir da Covid-19 para traçar sendas de paz”. A mensagem tem como fio condutor a pandemia da Covid-19 iniciada há três anos.

No texto, o Pontífice comenta que a Covid-19 desestabilizou a vida cotidiana, transformando planos e hábitos, subvertendo a aparente tranquilidade mesmo das sociedades mais privilegiadas, gerando desorientação e sofrimento, causando a morte de muitas pessoas.

Francisco recorda que os efeitos foram de longa duração: além do luto, o vírus causou um mal-estar generalizado, ameaçou a segurança laboral de muitas pessoas, agravou a solidão, fez aflorar contradições e desigualdades e fragilidades.

O Santo Padre questiona: “O que é que aprendemos com esta situação de pandemia?”.

Na sequência, Francisco responde: “A maior lição que Covid-19 nos deixa em herança é a consciência de que todos precisamos uns dos outros, que o nosso maior tesouro, ainda que o mais frágil, é a fraternidade humana, fundada na filiação divina comum, e que ninguém pode salvar-se sozinho”.

Valores universais

É urgente buscar e promover, juntos, os valores universais que traçam o caminho para a fraternidade humana, defende o Papa.

O Pontífice pontua que a própria pandemia favoreceu atitudes positivas, como um regresso à humildade; uma redução de certas pretensões consumistas; um renovado sentido de solidariedade, bem como um empenho, “em alguns casos verdadeiramente heroico”, de muitas pessoas que se doaram para que todos conseguissem superar do melhor modo possível o drama da emergência.

O segredo, de acordo com o Papa, está na palavra “juntos”. “Com efeito, é juntos, na fraternidade e solidariedade, que construímos a paz, garantimos a justiça, superamos os acontecimentos mais dolorosos. De fato, as respostas mais eficazes à pandemia foram aquelas que viram grupos sociais, instituições públicas e privadas, organizações internacionais unidos para responder ao desafio, deixando de lado interesses particulares.”

Guerra na Ucrânia

Quando o mundo ainda se recuperava do trauma da pandemia, Francisco recorda que outro fato colocou a humanidade à dura prova: a guerra na Ucrânia. O Santo Padre fala de “desgraça”, “flagelo” que, diferentemente da Covid-19, foi pilotado por “opções humanas culpáveis”.

A guerra ceifa vítimas inocentes e suas consequências vão além fronteiras, como demonstram o aumento do preço do trigo e energia, indica o Papa.

“Não era esta, sem dúvida, a estação pós-Covid que esperávamos ou por que ansiávamos”, lamenta o Pontífice, definindo a guerra como uma “derrota da humanidade” para a qual ainda não há vacina.

“Com certeza, o vírus da guerra é mais difícil de derrotar do que aqueles que atingem o organismo humano, porque o primeiro não provem de fora, mas do íntimo do coração humano, corrompido pelo pecado.”

Deixar Deus transformar os corações

Por ultimo, o Santo Padre questiona: “O que fazer?”. Antes de mais nada, ele afirma que é preciso deixar que Deus transforme os corações. E depois, pensar em termos comunitários.

O Papa indica que não existe mais o espaço dos interesses pessoais ou nacionais, mas “é hora de nos comprometermos todos em prol da cura de nossa sociedade e do nosso planeta”.

Outra lição deixada pela pandemia, de acordo com Francisco, é que as crises morais, sociais, políticas e econômicas estão interligadas. “E assim somos chamados a enfrentar, com responsabilidade e compaixão, os desafios do nosso mundo.”

O Pontífice comenta que os desafios não são poucos: guerras, alterações climáticas, desigualdades, desemprego, migração e o “escândalo dos povos famintos”.

“Compartilho estas reflexões com a esperança de que, no novo ano, possamos caminhar juntos valorizando tudo o que a história nos pode ensinar. (…) Desejo a todos os homens e mulheres de boa vontade que possam, como artesãos de paz, construir dia após dia um ano feliz! Maria Imaculada, Mãe de Jesus e Rainha da Paz, interceda por nós e pelo mundo inteiro”, conclui o Santo Padre.

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