Papa Francisco refletiu sobre o dom que o Espírito Santo é para a Igreja, constituindo harmonia e unidade
Jéssica Marçal, com Boletim da Santa Sé
Da Redação
Após a Solenidade de Pentecostes neste domingo, 23, o Papa Francisco rezou a oração do Regina Coeli com os fiéis presentes na Praça São Pedro. O foco da reflexão foi para o dom do Espírito Santo, que é harmonia, unidade, une as diferenças.
Francisco partiu do episódio bíblico que mostra Maria e os discípulos reunidos no Cenáculo e o Espírito Santo desceu sobre eles, se manifestando como um “sopro”. Segundo o Papa, esse acontecimento traz uma mensagem simbólica para toda a vida.
“Esta experiência revela que o Espírito Santo é como um vento forte e livre, isso é, traz força e nos leva à liberdade: vento forte e livre. Não se pode controlar, parar, nem mensurar, nem mesmo prever suas direções”.
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O Papa explicou que, no dia de Pentecostes, os discípulos estavam desorientados e com medo, como muitas vezes acontece conosco. Mas frisou que Deus sabe como abrir as portas do coração e envia o Espírito Santo que vence todas as hesitações. “O Espírito nos torna novas criaturas, assim como fez naquele dia com os apóstolos”.
Universalidade, harmonia e unidade
Depois que receberam o Espírito Santo, os apóstolos não foram mais como antes, lembrou o Papa. Eles saíram sem medo e começaram a pregar Jesus ressuscitado e presente na vida das pessoas, de modo que todos os entendiam na própria língua.
“Porque o Espírito Santo é universal, não nos tira as diferenças culturais, as diferenças de pensamento, não, mas é para todos, mas cada um o entende na própria cultura, na própria língua. O Espírito muda o coração, alarga o olhar dos discípulos”.
O Espírito Santo torna os discípulos capazes de comunicar a todos a grande obra de Deus, acrescentou ainda o Papa. Em outras palavras, coloca em comunicação pessoas diferentes realizando a unidade e a universalidade da Igreja.
Essa é uma verdade que hoje diz muito, disse Francisco, onde na Igreja há grupinhos que procuram sempre a divisão. “Este não é o Espírito de Deus. O Espírito de Deus é harmonia, é unidade, une as diferenças”.
Francisco citou, por fim, a comparação feita por um cardeal que já foi arcebispo de Gênova. aDizia este cardeal que a Igreja é como um rio: o importante é estar dentro. Não interesse se está um pouco deste lado ou de outro, mas estar na unidade do Espírito Santo e não olhar para as pequenezas.
“A Igreja é para todos, como fez ver o Espírito Santo no dia de Pentecostes. Peçamos à Virgem Maria, Mãe da Igreja, para interceder para que o Espírito Santo desça em abundância e encha os corações dos fiéis e acenda em todos o fogo do seu amor”, concluiu.