Ângelus deste domingo aconteceu no Lar do Bom Samaritano, no Panamá
Da redação
O Papa visitou, neste domingo, 27, o Lar do Bom Samaritano Juan Díaz, e de lá rezou o Ângelus.
O Lar do Bom Samaritano é uma fundação que nasceu em 2005, promovida pela Igreja no Panamá, para dar assistência aos jovens e adultos portadores de HIV. O Papa saudou os assistidos, e foi recebido pelo diretor da entidade, Padre Domingo Escobar.
“Sua presença, Papa Francisco, nos revela que Deus escuta os nossos gritos. Ao senhor, Santo Padre, seja bem vindo e muito obrigado.”
Em seguida, um menino assistido por uma das obras cantou para o pontífice uma música de São Francisco.
Em seu discurso, o Papa agradeceu as palavras, e afirmou que desejou ardentemente o encontro com o Lar e com os jovens assistidos.
“Para mim, estar convosco é motivo para renovar a esperança. Obrigado porque o tornastes possível!”
O Papa disse que, ao preparar o encontro, leu o testemunho de um membro da casa, que dizia “Aqui nasci de novo”.
“Esta casa e todos os centros que representais são sinal da vida nova que o Senhor nos quer dar. Aqui não nascem de novo apenas aqueles que poderíamos designar como ‘primeiros beneficiários’ das vossas casas; aqui a Igreja e a fé nascem e renovam-se continuamente por meio da caridade.”
Francisco lembrou que se começa a nascer de novo quando o Espírito Santo nos dá olhos para ver os outros, ‘não apenas como nossos vizinhos (o que é já tanto), mas como nosso próximo’.
“O Evangelho refere que uma vez perguntaram a Jesus: ‘Quem é meu próximo?’(Lc 10, 29). Não respondeu com teorias, nem fez um discurso lindo e elevado, mas usou uma parábola – a do Bom Samaritano – um exemplo concreto de vida real que todos vós conheceis e viveis muito bem. O próximo é sobretudo um rosto que encontramos ao longo do caminho e pelo qual nos deixamos mover e comover: mover dos nossos planos e prioridades e comover intimamente por aquilo que vive aquela pessoa, para lhe dar lugar e espaço na nossa caminhada.”
O pontífice afirmou que o Bom Samaritano entendeu que a indiferença fere e mata e mostra a todos que o próximo é, antes de tudo, uma pessoa, alguém com o rosto concreto e real, e não qualquer coisa a deixar para trás ou ignorar, seja qual for a sua situação.
“É um rosto que revela a nossa humanidade tantas vezes atribulada e ignorada. Um rosto que incomoda maravilhosamente a vida, porque nos lembra e coloca na estrada daquilo que é verdadeiramente importante, livrando-nos de banalizar e tornar supérfluo o nosso seguimento do Senhor.”
O Papa afirmou que estar na casa é “tocar o rosto silencioso e materno da Igreja, que é capaz de profetizar e criar casa, criar comunidade; o rosto da Igreja, que normalmente não se vê e passa despercebido, mas é sinal da misericórdia e ternura concreta de Deus”.
Em seu discurso, o Papa lembrou que criar casa é criar família, e que uma casa precisa da colaboração de todos.
“Ninguém pode ficar indiferente ou alheio, porque cada qual é uma pedra necessária na sua construção. Isto implica pedir ao Senhor que nos conceda a graça de aprender a ter paciência, aprender a perdoar-nos; aprender cada dia a recomeçar. E quantas vezes temos de perdoar e recomeçar? Setenta vezes sete, todas as vezes que for necessário. Criar relações fortes requer a confiança, que se alimenta diariamente de paciência e perdão.”
Francisco finalizou seu discurso com as palavras do membro assistido, e agradeceu a todos os envolvidos pelo exemplo e generosidade.
“Deste modo se concretiza o milagre de experimentar que, aqui, se nasce de novo; aqui todos nascemos de novo, porque sentimos a eficácia da carícia de Deus que nos permite sonhar o mundo mais humano e, consequentemente, mais divino.”
Em seguida, o Papa rezou a oração do Ângelus.