Encontro entre o Santo Padre e indígenas do Canadá estava marcado para dezembro de 2021, mas, por conta da pandemia, foi remarcado para o fim de março
Da redação, com Vatican News
Nos dias 28 e 31 de março, o Papa Francisco se encontrará individualmente com delegações dos povos indígenas do Canadá, que estarão acompanhados de seus bispos, para ouvir seus testemunhos.
No dia 1º de abril, uma audiência será realizada na Sala Clementina, no Palácio Apostólico, com a participação conjunta das várias delegações e da Conferência Episcopal do Canadá, ocasião em que o Sucessor de Pedro terá a oportunidade de se dirigir a eles.
Quando o encontro entre Francisco e os nativos foi anunciado, o presidente da Conferência Episcopal do Canadá, bispo Raymond Poisson, explicou que o evento será um marco à Igreja. “A jornada em direção à cura e reconciliação é longa, mas acreditamos que este será um marco significativo no compromisso da Igreja Católica de renovar, fortalecer e reconciliar os relacionamentos com os povos indígenas em todo o país”.
E acrescentou: “Com esta delegação, esperamos caminhar juntos de uma nova maneira, ouvir com humildade e discernir os próximos passos que a Igreja tomará para apoiar os sobreviventes de escolas residenciais, suas famílias e comunidades”.
Encontro remarcado
Originalmente, o Papa Francisco se encontraria com o povo indígena do Canadá de 17 a 20 de dezembro de 2021. Mas com a chegada de uma nova variação do vírus que causa a Covid-19, as viagens internacionais foram canceladas e, com isso, o encontro foi adiado.
Em 2020, foi divulgado o encontro dos restos mortais crianças de uma escola residencial indígena canadense. O primeiro caso envolveu os restos mortais de 215 alunos da “Escola Residencial Indígena Kamloops”, ativa desde o final século XIX até o final dos anos 1960, enquanto o segundo episódio envolveu 715 sepulturas anônimas encontradas perto da “Escola Residencial Indígena Marieval”.
Francisco se manifestou a respeito deste caso no Angelus de 6 de junho. À época, disse estar triste e preocupado com a descoberta. “As Autoridades políticas e religiosas do Canadá continuem a colaborar com determinação para esclarecer esta triste vicissitude e para se empenhar humildemente num caminho de reconciliação e de cura. Estes momentos difíceis constituem uma forte exortação para que todos se afastem do modelo colonizador e caminhem lado a lado no diálogo, no respeito recíproco e no reconhecimento dos direitos e dos valores culturais de todas as filhas e filhos do Canadá”, disse à época o Pontífice.