O Santo Padre recordou João Batista, “um líder do seu tempo”, que viveu a expectativa e alegria de presenciar a chegada do Messias, sem nunca chamar a atenção para si
Da redação, com Vatican News
Para quem crê, o tempo do Advento é repleto de uma feliz expectativa, “algo como quando aguardamos a visita de uma pessoa que muito amamos”. Dirigindo-se aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Papa Francisco sublinhou que “esta dimensão da alegria emerge ainda mais” neste dia, terceiro domingo do Advento, que se abre com a exortação de São Paulo: “Alegrai-vos sempre no Senhor”. O Papa explicou que essa emoção é causada pela nossa proximidade com o Senhor. “Quanto mais perto o Senhor está de nós, mais alegria sentimos; quanto mais longe está, mais triste ficamos”, disse.
Voltando-se ao Evangelho do dia, o Sucessor de Pedro observou que o Evangelho apresenta João Batista “de maneira solene”. Ele é a primeira testemunha de Jesus, depois de Maria e José, explicou. O Papa salientou que João foi um líder em seu tempo, mas que “ele não se rendeu nem por um instante à tentação de chamar a atenção para si mesmo: ele sempre se orientou Àquele que estava por vir”.
Alegria cristã
O Papa Francisco acrescentou que esta é a “primeira condição da alegria cristã”: descentralizar-se de e colocar Jesus no centro. “Isto não é alienação”, explicou, porque Jesus é efetivamente o centro; Ele é a Luz que dá sentido pleno à vida de cada homem e mulher que vem a este mundo, disse.
O Pontífice observou ainda que “João Batista empreendeu uma longa jornada para dar o testemunho de Jesus”. O caminho da alegria não é um passeio no parque, continuou o Papa. “João deixou tudo, na juventude, para colocar Deus em primeiro lugar, para ouvir a Sua Palavra com todo o seu coração e todas as suas forças. Ele se retirou para o deserto, deixando para trás tudo o que era supérfluo, para ficar mais livre para seguir o vento do Espírito Santo ”, reiterou o Santo Padre.
Um modelo para aqueles que clamam a Cristo
Claro, disse o Papa Francisco, alguns traços de personalidade de João Batista são únicos; “eles não podem ser recomendados para todos”. Mas o seu testemunho é paradigmático para quem deseja encontrar o sentido da sua vida e encontrar a verdadeira alegria. “Em particular, João Baptista é um modelo para os que estão na Igreja chamados a anunciar Cristo aos outros: só o podem fazer afastando-se de si próprios e do mundanismo, não atraindo as pessoas para si, mas as dirigindo para Jesus”, acrescentou.
Por fim, o Papa Francisco convidou os fiéis a juntarem-se a ele na oração do Angelus, para ver “tudo isto plenamente realizado na Virgem Maria” que “esperava silenciosamente a Palavra de salvação de Deus; acolheu-a; ouviu-a; concebeu-a. Nela Deus se tornou próximo. Por isso a Igreja chama Maria de ‘Causa da nossa alegria’”.