Francisco recebeu os membros da Pontifícia Fundação “Gravissimum Educationis”, reunidos em Roma para uma conferência sobre educação e democracia
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira, 18, membros da Pontifícia Fundação Gravissimum Educationis. Eles estão reunidos em Roma para o Congresso Internacional sobre o tema “Educar para a democracia em um mundo fragmentado”.
Antes de seu discurso oficial, o Pontífice fez uma breve reflexão sobre a guerra na Ucrânia. Depois, sobre a oração pela paz, o Papa lembrou que deve ser acompanhada por um paciente compromisso educativo. O objetivo é que crianças e jovens possam amadurecer a consciência decisiva de que os conflitos não são resolvidos através da violência e da opressão, mas através do diálogo.
Pacto educacional
No contexto da guerra na Ucrânia, houve destaque para o valor de um Pacto Educacional, “que pode se tornar um instrumento para a busca do bem comum global”. Um pacto que visa promover a fraternidade universal na única família humana, baseada no amor. O tema do congresso internacional da Gravissimum Educationis é de fato abordar a democracia através da educação, destacou Francisco.
O Papa advertiu sobre a “tentação da posse”, partindo da parábola dos vinicultores assassinos, e discorreu sobre os efeitos nocivos que ela pode ter na democracia: “Quando o homem nega sua própria vocação como colaborador na obra de Deus e presume colocar-se em seu lugar, perde a dignidade de filho e torna-se inimigo de seus irmãos e irmãs. E acrescentou: “Quando a posse egoísta enche corações, relacionamentos e estruturas políticas e sociais, então a essência da democracia é envenenada.”
O poder transformador da educação
Segundo o Papa, há duas degenerações da democracia que podem ser combatidas com o poder transformador da educação. Uma delas é o totalitarismo, no qual o Estado exerce a opressão ideológica. A outra é o secularismo radical, por sua vez ideológico. “Que deforma o espírito democrático de uma maneira mais sutil e insidiosa. Ao eliminar a dimensão transcendente, na verdade, enfraquece e, pouco a pouco, anula qualquer abertura ao diálogo. Se não existe uma verdade última, de fato, as ideias e convicções humanas podem ser facilmente exploradas para fins de poder”. Afirmou Francisco.
As propostas de Francisco aos jovens
O Papa fez então três propostas aos membros da Gravissimum Educationis a respeito dos jovens. “Antes de tudo, nutrir neles ‘a sede da democracia’. Também se deve ensinar aos jovens que o bem comum é construído com o amor” e “não pode ser defendido com a força militar”.
O Sumo Pontífice afirmou que uma comunidade ou nação que quer se afirmar pela força o faz em detrimento de outras comunidades ou nações, e se torna um fomentador da injustiça, da desigualdade e da violência. “É fácil tomar o caminho da destruição, mas produz muitos escombros; somente o amor pode salvar a família humana.”
Por fim, os jovens devem ser educados para viver a autoridade como um serviço. “Não esqueçamos que Deus nos confia certos papéis não para a afirmação pessoal, mas para que, com nosso trabalho, toda a comunidade possa crescer”.