No Ângelus deste domingo, 5, Francisco destacou a frase do apóstolo Paulo: “Deus nos escolheu para sermos santos”
Da redação, com Vatican News
Acolher com alegria e gratidão o plano divino de amor para o homem e o mundo, realizado em Jesus Cristo. Esta foi a exortação do Papa Francisco durante o Angelus deste domingo, 5, na Praça de São Pedro, no segundo domingo do Tempo de Natal.
Enquanto os católicos continuam a contemplar o “sinal admirável do Presépio”, o Pontífice pediu um olhar ampliado e uma “plena consciência do significado do nascimento de Jesus” através das leituras bíblicas deste domingo, em particular a carta de São Paulo Apóstolo aos Efésios e o Evangelho.
O Evangelho, com o Prólogo de São João, mostra a novidade: o Verbo eterno, o Filho de Deus, “fez-se carne”. O Papa enfatizou: “Ele não só veio para morar entre o povo, mas se tornou um do povo, um de nós! Depois deste evento, para orientar nossas vidas, não temos mais apenas uma lei, uma instituição, mas uma pessoa, uma Pessoa divina, Jesus, que guia nossas vidas, a fazer o caminho porque Ele o fez por primeiro”.
No plano de amor de Deus realizado em Jesus Cristo, é possível encontrar a vocação fundamental da humanidade, afirmou o Santo Padre. “Somos ‘predestinados’ a ser filhos de Deus através da obra de Jesus Cristo. O Filho eterno, se fez carne, portanto, para “introduzir-nos em sua relação filial com o Pai”. A Liturgia de hoje diz que o Evangelho de Cristo não é uma fábula, não é um mito, nem uma história edificante, explicou Francisco.
“O Evangelho de Cristo é a plena revelação do plano de Deus para o homem e para o mundo. É uma mensagem ao mesmo tempo simples e grandiosa, que nos leva a nos perguntarmos: que projeto concreto o Senhor colocou em mim, atualizando ainda o seu nascimento entre nós? É o apóstolo Paulo que sugere a resposta: ‘Deus nos escolheu para sermos santos e imaculados perante Ele na caridade'”.
Este, afirma Francisco, é o significado do Natal. “Se o Senhor continua a vir entre nós, se continua a dar-nos o dom da sua Palavra, é para que cada um de nós possa responder ao chamado a tornar-se santos no amor”. Santidade é preservar o dom que Deus deu, constatou o Papa. Segundo o Pontífice, é preciso preservar a gratuidade, sendo santo.
Quem acolhe a santidade em si mesmo como um dom de graça, não pode deixar de traduzi-la em ações concretas na vida cotidiana, esclareceu o Santo Padre, que prosseguiu: “Este dom, esta graça que Deus me deu, eu a traduzo em ação concreta na vida cotidiana, no encontro com os outros. Esta caridade, esta misericórdia para com o próximo, reflexo do amor de Deus, ao mesmo tempo que nos purifica o coração e nos dispõe ao perdão, tornando-nos dia após dia ‘imaculados’, mas imaculados não no sentido de que eu removo uma mancha: imaculados no sentido de que Deus entra em nós. O dom, a gratuidade de Deus entra em nós e nós a preservamos e a damos aos outros”.
Pôr em prática o compromisso de paz
Após a recitação da oração mariana, o Papa saudou os peregrinos presentes e recordou a solenidade da Epifania celebrada nesta segunda-feira, 6 e, no primeiro domingo de 2020, renovou a todos os seus desejos “de serenidade e paz no Senhor”. “Nos momentos felizes e difíceis, confiemo-nos a Ele, que é a nossa esperança! Recordo também o compromisso que assumimos no Dia de Ano Novo, Dia da Paz: A paz como caminho de esperança: diálogo, reconciliação e conversão ecológica”. Com a graça de Deus, seremos capazes de colocá-lo em prática”.