Após o Angelus

Papa: diante dos que sofrem, não nos deixemos vencer pela indiferença

Ao término do Angelus desta quarta-feira, 8, Francisco recordou sua viagem apostólica a Chipre e à Grécia, realizada de 2 a 6 deste mês

Da redação, com Vatican News

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Papa Francisco /Foto: Daniel Ibanez – CNA

Um agradecimento ao Senhor pela peregrinação a Chipre e à Grécia, onde esteve em sua 35ª viagem apostólica internacional, realizada de 2 a 6 de dezembro, e a todas as pessoas que o acompanharam com suas orações, bem como às populações dos dois países, suas autoridades civis e religiosas, pelo afeto e gentileza com as quais o acolheram.

Assim se expressou o Santo Padre após a oração do Angelus desta quarta-feira, 8, solenidade da Imaculada Conceição. O momento foi conduzido pelo Pontífice com os fiéis e peregrinos reunidos na praça São Pedro.

Chipre, pérola de rara beleza, ferida pelo arame farpado

“Chipre é uma pérola no Mediterrâneo, uma pérola de rara beleza, mas carrega a ferida do arame farpado, a dor por um muro que a divide. Em Chipre me senti em família; encontrei em todos irmãos e irmãs. Carrego no coração cada encontro, em particular a Missa no estádio de Nicósia”, disse Francisco.

“Fiquei emocionado com meu querido irmão ortodoxo Chrysostomos, quando me falou sobre a Igreja Mãe: como cristãos seguimos diferentes caminhos, mas somos filhos da Igreja de Jesus, que é Mãe e que nos acompanha, nos protege, nos faz seguir adiante, todos irmãos. Meu desejo para o Chipre é que seja sempre um laboratório de fraternidade, onde o encontro prevaleça sobre o confronto, onde se acolhe o irmão, sobretudo quando pobre, descartado, emigrado. Repito que, diante da história, diante dos rostos daqueles que emigram, não podemos nos calar, não podemos olhar para o outro lado”. 

O Santo Padre ressaltou que em Chipre, como em Lesbos, pôde olhar nos olhos este sofrimento. “Por favor – exortou -, olhemos nos olhos os descartados que encontramos, deixemo-nos ser provocados pelos rostos das crianças, filhos de migrantes desesperados. Deixemo-nos comover pelo sofrimento deles para reagir à nossa indiferença; olhemos para seus rostos, para nos despertar do sono do hábito!”

Acolhida fraterna também na Grécia

Em seguida, o olhar do Papa voltou-se para a Grécia, segunda etapa desta sua viagem apostólica. Francisco disse pensar com gratidão no país helênico. “Lá também recebi uma acolhida fraterna”, frisou.

“Em Atenas me senti imerso na grandeza da história, naquela memória da Europa: humanismo, democracia, sabedoria, fé. Também ali vivi a mística do estar juntos: no encontro com os irmãos bispos e a comunidade católica, na Missa festiva celebrada no Dia do Senhor, e depois com os jovens que vieram de tantos lugares, alguns de muito longe, para viver e compartilhar a alegria do Evangelho.”

Em seguida, o Pontífice lembrou o abraço ao querido arcebispo ortodoxo Ieronymos: “Primeiro, me recebeu em sua casa e, no dia seguinte, ele veio me visitar. Guardo no coração esta fraternidade. Confio à Santa Mãe de Deus as muitas sementes de encontro e de esperança que o Senhor espalhou nesta peregrinação. Peço-lhes que continuem rezando para que possam germinar na paciência e florescer na confiança.”

Conclusão do Ano de São José

Por fim, o Santo Padre ressaltou que este 8 de dezembro marca o encerramento do Ano dedicado a São José, Patrono universal da Igreja. E que na sexta-feira, 10, o Jubileu de Loreto chegará ao fim.

“Que a graça desses eventos continue operando em nossas vidas e de nossas comunidades. Que a Virgem Maria e São José nos guiem no caminho da santidade!”, pediu Francisco em forma de oração.

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