Francisco recebeu em audiência no Vaticano representantes de instituições judaicas
Da redação, com Rádio Vaticano
“No nosso caminho comum, graças à benevolência do Altíssimo, estamos atravessando um fecundo momento de diálogo”, afirmou o Papa Francisco nesta quinta-feira, 31, referindo-se às relações entre católicos e judeus.
O Pontífice recebeu em audiência no Vaticano os Representantes da Conferência dos Rabinos Europeus, do Conselho Rabínico da América e da Comissão do Grão Rabinato de Israel em diálogo com a Comissão para as Relações religiosas com o Judaísmo da Santa Sé.
Francisco recebeu da delegação o documento “Entre Jerusalém e Roma” – elaborado pela Comissão, e observou que o texto tributa particulares reconhecimentos à Declaração Nostra Aetate, que no seu quarto capítulo constitui para os católicos a “carta magna” do diálogo com o mundo judaico”.
“Nostra Aetate esclarece que o início da fé cristã encontra-se já, segundo o mistério divino da salvação, nos Patriarcas, em Moisés e nos Profetas e que, sendo grande o patrimônio espiritual que temos em comum, deve ser promovida entre nós o mútuo conhecimento e estima, sobretudo por meio dos estudos bíblicos e colóquios fraternos”, afirmou o Papa.
Francisco disse ainda que, no decorrer dos últimos anos, as duas religiões puderam se aproximar, dialogando de modo eficaz e frutuoso. “Aprofundamos o nosso conhecimento recíproco e intensificamos os nossos vínculos de amizade”.
Irmãos e aliados
O Pontífice destacou também que o documento “Entre Jerusalém e Roma” não esconde as diferenças teológicas das respectivas tradições de fé, mas exprime o firme desejo de colaborar “de forma mais estreita hoje e no futuro”:
“O vosso documento dirige-se aos católicos chamando-os de ‘parceiros, estreitos aliados, amigos e irmãos na busca comum de um mundo melhor que possa desfrutar da paz, justiça social e segurança”.
Francisco ressaltou que o documento reconhece as crenças comuns entre os católicos e judeus e que as religiões devem utilizar o comportamento moral e a educação religiosa – não a guerra, a coerção ou a pressão social – para exercer a própria capacidade de influenciar e de inspirar. “É tão importante isto!”, enfatizou.
Ao concluir, o Santo Padre expressou seu melhores votos por ocasião do Ano Novo judaico – que será celebrado dentro de poucas semanas – com o “Shanah towah!” e invocou juntamente com os presentes “a bênção do Altíssimo sobre o caminho comum de amizade e de confiança que nos espera”, pedindo que “o Altíssimo conceda a nós e ao mundo inteiro a sua paz. Shalom alechem!”.