Francisco alerta que ao perceber a semente do mal germinar dentro de si, é preciso agir rápido antes que ela cresça e produza seu efeitos negativos
Da redação
No Angelus deste domingo, 10, o Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho de hoje que apresenta dois tipos de incompreensão que Jesus teve que enfrentar: a dos escribas e a dos seus próprios familiares.
O Papa explicou que os escribas eram homens instruídos nas Sagradas Escrituras e encarregados de explicá-las ao povo. Alguns deles foram mandados de Jerusalém para a Galileia, onde a fama de Jesus começava a se difundir, para desacreditá-lo, serem fofoqueiros e destruir a credibilidade de Jesus.
“Esses escribas chegaram até a Galileia com uma acusação terrível, eles iam no centro e diziam: ‘Ele está possuído por Belzebu e expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios. Isto queria dizer, mais ou menos, ‘este homem é um endemoniado’. De fato, Jesus curava muitos doentes, mas eles queriam fazer crer que Ele não o fazia com o Espírito de Deus, mas com o com o Espírito do mal”.
Blasfêmia e inveja
Diante desta acusação, Jesus reage com palavras fortes e claras, pois os escribas, talvez sem perceber, estavam caindo no pecado mais grave: negar e blasfemar o Amor de Deus que está presente e atua em Jesus.
“A blasfêmia é o pecado contra o Espírito Santo, é o único pecado imperdoável, assim o diz Jesus, porque parte do fechamento do coração à misericórdia de Deus que age em Jesus”, afirma o Santo Padre.
Francisco explica que este episódio contém uma advertência para todos: “De fato, pode acontecer que uma forte inveja pela bondade, pelas obras boas, de uma pessoa, possa levar à acusá-la falsamente. Aqui está um veneno mortal, a malícia premeditada para destruir a boa fama do outro. Que Deus nos liberte desta terrível tentação”.
O Papa destaca ainda que, se ao examinar a própria consciência percebe-se que esta semente do mal está germinando dentro de si, é preciso ir rápido e confessá-la no sacramento da penitência, antes que ela cresça e produza seu efeitos negativos.
“Fiquem atentos, vocês, porque este comportamento destrói famílias, amizades, comunidades e até mesmo a sociedade”, afirmou.
Nova família
Em seguida, Francisco falou sobre outra incompreensão sofrida por Jesus: a de seus familiares. “Eles estavam preocupados porque a sua nova vida de itinerante lhes parecia uma loucura e ele não tinha nem tempo para comer”.
Quando o procuram para levá-lo de volta a Nazaré, Jesus olha para as pessoas que estavam à sua volta e afirma: “Eis minha mãe e meus irmãos! Aquele que faz a vontade de Deus é irmão, irmã e mãe para mim”.
O Papa explica que Jesus formou uma nova família, não mais baseada em relações naturais, mas na fé Nele, em seu amor que acolhe e une as pessoas no Espírito Santo. “Todos aqueles que acolhem a palavra de Jesus são filhos de Deus e irmãos entre si”, destacou.
“Aquela resposta de Jesus não foi uma falta de respeito por sua mãe e seus parentes; ao contrário. Para Maria, foi o maior reconhecimento, porque precisamente ela é a perfeita discípula que obedeceu totalmente à vontade de Deus”, esclareceu o Santo Padre.