Francisco recebeu delegação de universidade da Geórgia; agradeceu pela visita e afirmou que eles “dão um bom exemplo de apaixonada pesquisa cultural”
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira, 13, no Vaticano, uma delegação da Universidade Sulkhan-Saba Orbeliani de Tblisi, na Geórgia, pelos seus vinte anos de fundação.
Francisco agradeceu aos membros do organismo pela visita, afirmando que eles “dão um bom exemplo de apaixonada pesquisa cultural e de cuidado daquele bem inestimável que é o crescimento formativo dos jovens”.
Leia também
.: Doenças raras: que todos tenham assistência médica, defende Papa
“A educação ajuda as novas gerações a crescer, descobrindo e cultivando as raízes mais fecundas, para que deem frutos”, disse Francisco, recordando sua viagem ao país, em 2016, e o Patriarca Ilia, “um homem de Deus que levo em minhas orações”, frisou o Papa.
O Pontífice disse que traz em seu coração os encontros que eles tiveram, especialmente na Catedral Patriarcal, quando estiveram lado a lado no sinal da túnica de Cristo; aquela túnica que o Evangelho descreve como ‘tecida de uma peça única, de cima até em baixo’ e que, segundo a tradição, simboliza a unidade da Igreja, o Corpo de Cristo. Esta Universidade é também neste sentido um bom exemplo de colaboração profícua entre católicos e ortodoxos no campo cultural e educacional, frisou o Papa.
Educar é sinônimo de iluminação
Na língua georgiana, lembrou o Papa, o termo educação é muito interessante: vem da palavra luz e evoca a passagem da escuridão da ignorância para a luminosidade do conhecimento.
“Educar para vocês é mais uma vez vir à tona, é sinônimo de iluminação. Isso é significativo, faz pensar quando se acende uma lâmpada num quarto escuro: nada do que está ali muda, mas muda o aspecto de tudo. Tal é o conhecimento que vocês adquiriram em sua Universidade, que se propõe a colocar no centro a dignidade da pessoa humana. Por meio do estudo e do compromisso, é possível alcançar o conhecimento de si mesmo.”
Segundo o Papa, “há necessidade dessa iluminação benéfica do saber, enquanto no mundo se adensam as trevas do ódio, que muitas vezes vem do esquecimento e da indiferença”. Ele ressaltou que “muitas vezes, é o esquecimento e a indiferença que fazem tudo parecer escuro e indistinto, enquanto a cultura e a educação restituem a memória do passado e iluminam o presente. Isto é indispensável para o crescimento de um jovem, mas também de uma sociedade porque, como dizia um pai da sua pátria, «a queda do povo começa onde termina a memória do passado».”
“A cultura georgiana convida a manter acesa a lâmpada da educação e a manter aberta a janela da fé, porque ambas iluminam os espaços da vida. Não é por acaso que em georgiano a raiz do termo luz aparece tanto na palavra educação quanto na palavra batismo, relacionando cultura e fé”, ressaltou Francisco.
A cultura que abre horizontes e expande os confins
O Papa os convidou a prosseguir neste caminho de “serviço humilde e fraterno”. Ressaltou que às várias faculdades já existentes se acrescenta agora a Faculdade de Medicina “que tanto bem poderá fazer”.
“Este papel de criar espaços e pontes para o bem de um país e do seu povo está inscrito no nome do seu Instituto, dedicado ao grande Sulkhan-Saba Orbeliani, diplomata georgiano por excelência, pessoa de notável cultura e abertura. Os georgianos, começando dos jovens, merecem ter oportunidades cada vez maiores”, concluiu Francisco.
O Pontífice afirmou ainda que “o típico humanismo georgiano, na sua singularidade e beleza, merece ser apreciado em outros lugares, com a sua arte, literatura, música e muitas outras expressões relevantes, que podem ser enriquecidas através de uma comparação respeitosa com outras culturas. A luz é um exemplo para nós também nisso: ela não existe para ser vista, mas para mostrar ao redor e além: assim é a cultura, que abre horizontes e expande os confins”.