Santa Sé divulgou a mensagem de Francisco para a 38ª Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada em nível diocesano na Festa de Cristo Rei 2023
Julia Beck
Da redação
“Alegres na esperança” (Rm 12,12) é o que exorta o Papa Francisco em sua mensagem para a 38ª Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada em nível diocesano na Festa de Cristo Rei, no próximo dia 26 de novembro. O Pontífice iniciou seu texto recordando o mês de agosto passado, quando se encontrou em Lisboa com centenas de milhares de jovens, vindos de todo o mundo para a 37ª Jornada Mundial da Juventude.
O Papa comentou que, durante a pandemia, em meio às incertezas, foi sentida a esperança de que este evento de encontro com Cristo e com outros jovens pudesse ser realizado. “Esta esperança concretizou-se e, para mim e muitos de quantos lá estiveram presentes, superou todas as expetativas! Como foi lindo o nosso encontro em Lisboa! Uma verdadeira e real experiência de transfiguração, uma explosão de luz e alegria!”, recordou.
No final da Missa de conclusão da JMJ 2023, o Santo Padre lembrou o anúncio do próximo local que receberia o evento: Seul, na Coreia, em 2027. Mas antes disso, ele reforçou que marcou um encontro com os jovens em Roma, para o Jubileu de 2025, onde também eles serão “peregrinos da esperança”.
“Vós, jovens, sois a esperança jubilosa duma Igreja e duma humanidade sempre a caminho. Quero tomar-vos pela mão e, junto convosco, percorrer a senda da esperança. Quero falar convosco das nossas alegrias e esperanças, mas também das tristezas e angústias dos nossos corações e da humanidade que sofre (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 1)”, frisou.
Francisco contou que nestes dois anos de preparação para o Jubileu, serão meditados os seguintes trechos bíblicos: “Alegres na esperança” (Rm 12, 12) e “Aqueles que esperam no Senhor, caminham sem se cansar” (cf. Is 40, 31).
Alegres na esperança
Em sua mensagem, o Papa se deteve na reflexão da primeira frase. Ela é uma exortação de São Paulo à comunidade de Roma, que vivia um período de intensa perseguição. O Pontífice salientou que esta alegria, pregada pelo apóstolo, não é fruto do esforço humano, mas deriva do encontro com Cristo.
“A alegria cristã vem do próprio Deus, de nos sabermos amados por Ele”, afirmou. O Santo Padre reforçou então que a juventude é um tempo cheio de esperanças e sonhos. Contudo, alertou que o mundo vive um tempo em que para muitos, mesmo jovens, a esperança parece ser a grande ausente.
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“À vista dos dramas da humanidade, sobretudo do sofrimento dos inocentes, também nós – como rezamos em alguns Salmos – perguntamos ao Senhor: ‘Porquê?’ Pois bem! Uma parte da resposta de Deus, podemos sê-la nós. Criados por Ele à sua imagem e semelhança, podemos ser expressão do seu amor que faz nascer a alegria e a esperança, mesmo onde parece impossível”.
Depois, Francisco questionou: “Como poderíamos viver sem esperança?”. E afirmou: “A esperança é o sal da cotidianidade”.
Foco na esperança
O Papa frisou então que Cristo Ressuscitado é a grande esperança dos católicos. “A esperança cristã não é otimismo fácil nem uma panaceia para simplórios: é a certeza, radicada no amor e na fé, de que Deus nunca nos deixa sozinhos e mantém a sua promessa: ‘Ainda que atravesse vales tenebrosos, de nenhum mal terei medo porque Tu estás comigo’ (Sal 23, 4)”, indicou.
A esperança cristã, prosseguiu o Santo Padre, não é negação da dor nem da morte, mas celebração do amor de Cristo Ressuscitado que está sempre com a humanidade, mesmo quando parece distante.
A partir destes princípios, Francisco exortou os jovens a não deixarem que as preocupações, os medos e a vida cotidiana sufoquem a esperança. Segundo ele, “é a suave brisa do Espírito Santo que alimenta a esperança”. Todos podem colaborar de diversos modos para a alimentá-la, aconselhou o Papa, principalmente se valendo da oração e de boas escolhas.
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De forma prática, o Pontífice propôs aos jovens que compartilhem todos os dias uma palavra de esperança. “Tornai-vos semeadores de esperança na vida dos vossos amigos e de quantos vos rodeiam. (…) Não devemos fugir do mundo, mas amar o nosso tempo, no qual Deus nos colocou não sem motivo. Só se pode ser feliz partilhando a graça recebida com os irmãos e as irmãs que o Senhor nos dá dia após dia”.
Cristo vive
“Queridos jovens, não tenhais medo de partilhar com todos a esperança e a alegria de Cristo Ressuscitado! (…) A esperança cristã, não a podemos guardar para nós, como um belo sentimento, visto que se destina a todos. Aproximai-vos em particular dos vossos amigos que talvez aparentemente sorriam, mas por dentro choram, carentes de esperança. Não vos deixeis contagiar pela indiferença e pelo individualismo: permanecei abertos como canais por onde a esperança de Jesus possa fluir e difundir-se nos ambientes onde viveis”, complementou.
Por fim, o Papa citou a sua exortação apostólica destinada aos jovens: “Cristo vive: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo!” (Exort. ap. Christus vivit, 1). Ele convidou todos os jovens a voltarem a ler este documento e a prosseguirem trabalhando com esperança, confiando a vida a Maria, Mãe da Esperança.