Em audiência no Vaticano, Francisco destacou que a adoção à distância é uma pequena semente do Reino de Deus
Da Redação, com Vatican News
A adoção à distância foi um tema abordado pelo Papa Francisco neste sábado, 5, em audiência com membros do Projeto “Ágata Esmeralda”. A associação beneficente nasceu em Florença, na Itália. O objetivo principal foi de ajudar os pobres e as crianças do Brasil e hoje está presente também em nove países do mundo.
A obra é do professor Mauro Barsi e do cardeal brasileiro Lucas Moreira Neves, falecido em 2002. Na época da fundação, era arcebispo de Salvador (BA). Em sua saudação aos membros da Associação, o Papa agradeceu também a presença do arcebispo de Florença, Cardeal Giuseppe Betori.
“Sei que esta Associação mantém um vínculo forte com a Arquidiocese de Florença. Não se trata de um vínculo apenas informal, mas substancial, de colaboração concreta de parceria, sobretudo em Salvador da Bahia. Isto é muito bom”, comentou o Papa.
Adoção, gesto de amor
Francisco recordou que, recentemente, fez uma catequese dedicada a São José. Na ocasião, abordou o tema da adoção de crianças, elogiando e encorajando os cônjuges que abrem seus corações e seus lares ao acolhimento.
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“Tal sensibilidade, abertura, paternidade e maternidade são também, de modo análogo, a base de um sério compromisso. De fato, quem opta pela adoção à distância é movido pelo desejo de dar uma mão a uma criança, para que se sinta amada, não lhe falte o necessário e cresça bem.”
Neste sentido, o Pontífice agradeceu à Associação por colaborar com a difusão da ternura de Deus e da sua paternidade no mundo. Eis um grande dom que Jesus deu à humanidade.
Grande necessidade de paternidade e ternura
O Santo Padre recordou ainda que há uma grande necessidade de paternidade e ternura nos dias atuais. A ternura é uma palavra expulsa, muitas vezes, dos dicionários da vida cotidiana, observou.
“A verdadeira revolução no mundo é feita pelos que trabalham, sem cessar e sem fazer barulho, para que os pequeninos e pobres não sejam desprezados, descartados, abandonados, mas possam viver segundo a própria dignidade de filhos de Deus. Assim deve ser a adoção à distância, bem preparada e acompanhada: é uma pequena semente do Reino de Deus, que cresce e produz frutos se for cultivada com amor.”
Ao término da audiência, Francisco agradeceu aos membros da Associação por manterem cerca de sete mil adoções à distância. Este é um trabalho que envolve muitos voluntários e leigos, mas também religiosas e sacerdotes, que trabalham nas periferias do mundo. O Papa expressou seu apreço ainda porque atribuem todo este trabalho à Divina Providência. E concedeu a bênção apostólica a todos, sobretudo a todas as crianças adotadas.