Educação à sustentabilidade: é a temática do encontro na Universidade Lateranense de Roma realizado nesta quinta-feira, 7
Da redação, com Vatican News
Na manhã desta quinta-feira, 7, o Papa Francisco participou de um Ato Acadêmico. Na ocasião foi instituído um ciclo de estudos sobre o “Cuidado da nossa Casa Comum e a Proteção da Criação” e da Cátedra UNESCO “Um futuro de educação à sustentabilidade”.
O Papa iniciou seu discurso agradecendo a presença de todos. Ele destacou a presença do Patriarca Bartolomeu de Constantinopla. “Compartilhamos o dever de proclamar o amor à criação e o compromisso por sua preservação”, disse.
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Francisco recordou em seguida a mensagem em vista da COP26 em Glasgow. O conteúdo foi escrito juntamente com o Patriarca Bartolomeu e o arcebispo Justin Welby, Primaz da Igreja Anglicana.
“Penso que todos nós estamos conscientes: o mal que estamos fazendo ao planeta não se limita mais aos danos ao clima, à água e ao solo, mas agora ameaça a própria vida na Terra. Diante disso, não basta repetir declarações de princípio que nos fazem sentir bem porque, entre outras coisas, também estamos interessados no meio ambiente. A complexidade da crise ecológica exige responsabilidade, concretude e competência”.
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A atividade acadêmica
O Santo Padre ponderou que estas escolhas recordam a missão original das Universidades. No local diversas áreas do saber se encontram. Estudantes e professores se reúnem para refletir e desenvolver criativamente novos caminhos para o futuro.
“A atividade acadêmica – disse ainda o Pontífice – é chamada a promover uma conversão ecológica integral a fim de preservar o esplendor da natureza, antes de tudo reconstruindo a unidade necessária entre as ciências naturais e sociais com o que é oferecido pela reflexão teológica, filosófica e ética, a fim de inspirar a norma jurídica e uma saudável visão econômica”.
Em seguida Francisco falou sobre a presença da mais alta representação da UNESCO no encontro. Ele agradeceu “o objetivo pela atenção ativa que prestou a esta iniciativa ao lançar o caminho para uma cátedra sobre o Futuro da Educação à Sustentabilidade”.
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O Papa falou também sobre o novo ciclo de estudos em ecologia e meio ambiente. Sobre o lançamento na Universidade, Francisco apontou que deve ser um ponto de encontro. O objetivo deve ser o de gerar uma reflexão sobre ecologia integral. Tal ato deve ser capaz de reunir diferentes experiências e pensamentos, combinando-os através do método de pesquisa científica”.
“Desta forma, a Universidade não é apenas uma expressão da unidade do conhecimento, mas também a depositária de um imperativo que não tem fronteiras religiosas, ideológicas ou culturais: salvaguardar nossa casa comum, preservá-la de ações perversas, talvez inspiradas pela política, economia e educação ligadas ao resultado imediato, em benefício de poucos”.
Interesse deve se tornar missão
Para uma ecologia integral, o Papa ressaltou o dever de todos. Segundo ele, deve-se vincular os objetivos de desenvolvimento sustentável com uma relação de causa e efeito. Tudo isso, sem esquecer que “não há ecologia sem uma antropologia adequada” (Laudato si’, 118).
Sem uma verdadeira ecologia integral, o Santo Padre afirmou que haverá “um novo desequilíbrio, que não só deixará de resolver problemas, mas acrescentará novos” (ibidem)”
“A ideia de um ciclo especial de estudos, serve para transformar até mesmo entre os crentes o mero interesse pelo meio ambiente em uma missão realizada por pessoas formadas, fruto de uma experiência educacional adequada”, frisou.
Por fim o Papa advertiu aos presentes: “Esta é a maior responsabilidade diante daqueles que, por causa da degradação ambiental, são excluídos, abandonados e esquecidos. Um trabalho para o qual as Igrejas, por vocação, e toda pessoa de boa vontade são chamadas a dar toda a contribuição necessária, fazendo-se a voz daqueles que não têm voz, que se eleva acima dos interesses partidários e não fica apenas reclamando”.
“Abandonemos definitivamente o ‘sempre foi feito assim’, o que não nos torna confiáveis porque gera superficialidade e respostas que só aparentemente são válidas”. Pelo contrário, somos chamados a um trabalho qualificado, que exige generosidade e gratuidade de todos para responder a um contexto cultural cujos desafios exigem concretude, precisão e capacidade de enfrentá-los” .