No Ângelus deste domingo, Francisco disse que o Evangelho “nos ensina como é importante estar com Jesus, mesmo quando não é fácil entender tudo o que Ele diz e faz por nós”.
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco conduziu a oração mariana do Angelus, neste domingo, 05, num lindo dia de sol na chamada “Cidade Eterna”.
Os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro acompanharam as palavras do Pontífice, no II Domingo da Quaresma, em que é proclamado o Evangelho da Transfiguração: “Jesus leva consigo Pedro, Tiago e João ao monte e revela-se a eles em toda a sua beleza como Filho de Deus”.
Francisco nos convidou a refletir um pouco sobre esta cena e a nos perguntar: “Em que consiste esta beleza? O que os discípulos veem? Um efeito espetacular? Não se sabe. Não é isso não. Veem a luz da santidade de Deus brilhar no rosto e nas vestes de Jesus, a imagem perfeita do Pai”.
O Papa citou revelar-se a majestade de Deus, a beleza de Deus, e afirmou que Deus é Amor, e por isso os discípulos viram com os próprios olhos a beleza e o esplendor do Amor divino encarnado em Cristo, isto é, uma antecipação do paraíso, e ainda continuou:
“Eles tiveram uma antecipação do paraíso. Que surpresa para os discípulos! Eles tiveram a face do Amor diante de seus olhos por tanto tempo, e nunca tinham percebido como era lindo! Só agora eles percebem isso, e com tanta alegria, com imensa alegria.”
O Papa explica que, na realidade com esta experiência, Jesus os está formando os discípulos, está preparando-os para um passo ainda mais importante, pois em breve eles deverão saber reconhecer a mesma beleza n’Ele, quando subir na cruz e seu rosto for desfigurado.
Pedro se esforça para entender: ele gostaria de parar o tempo, gostaria de colocar a cena em “pausa”, ficar ali e prolongar essa experiência maravilhosa, mas Jesus não permite.
Francisco afirma que, de fato, a sua luz não pode ser reduzida a um “momento mágico”! Não é outra coisa. Assim, se tornaria uma coisa falsa e artificial que se dissolve na névoa dos sentimentos passageiros.”
A beleza que não aliena
“Ao contrário”, disse ainda o Papa, “Cristo é a luz que orienta o caminho, como a coluna de fogo para o povo no deserto. A beleza de Jesus não aliena os discípulos da realidade da vida, mas lhes dá a força para seguir Ele até Jerusalém, até a cruz.”
Ao continuar, Francisco diz que a beleza de Cristo não é alienante, mas leva você adiante, não faz você se esconder, vai adiante e explica aos presentes:
Beleza luminosa do amor
“Irmãos e irmãs, este Evangelho traça um caminho também para nós: ensina-nos como é importante estar com Jesus, mesmo quando não é fácil entender tudo o que Ele diz e faz por nós”, disse ainda o Papa, acrescentando:
“Com efeito, é estando com Ele que aprendemos a reconhecer, no seu rosto, a beleza luminosa do amor que se doa, mesmo quando carrega os sinais da cruz.” É na sua escola que aprendemos a perceber a mesma beleza nos rostos das pessoas que caminham todos os dias ao nosso lado: familiares, amigos, colegas, aqueles que cuidam de nós das mais variadas formas.”
Contemplação que leva adiante
O Papa faz então alusão à personificações do amor: “Quantos rostos luminosos, quantos sorrisos, quantas rugas, quantas lágrimas e cicatrizes falam de amor ao nosso redor! Aprendemos a reconhecê-los e a encher o coração” e continua ao ressaltar:
“Depois, partimos para levar aos outros a luz que recebemos, com obras concretas de amor, mergulhando-nos com mais generosidade nas tarefas quotidianas, amando, servindo e perdoando com mais ímpeto e disponibilidade. A contemplação das maravilhas de Deus, a contemplação do rosto do Senhor deve nos levar adiante a serviço dos outros.”
Por fim, o Pontífice nos convidou a fazer perguntas questionando os presentes se sabiam reconhecer a luz do amor de Deus em suas vidas, e se a reconheciam com alegria e gratidão no rosto das pessoas que os amam.
“Procuramos ao nosso redor os sinais dessa luz, que nos enche o coração e o abre ao amor e ao serviço? Ou preferimos os fogos de palha dos ídolos, que nos alienam e nos fecham em nós mesmos? A grande luz do Senhor e a falsa luz artificial dos ídolos. O que eu prefiro?”
“Que Maria, que guardou no coração a luz de seu Filho, mesmo escuridão do Calvário, nos acompanhe sempre no caminho do amor”, concluiu o Papa.