Poucas horas antes da segunda visita de Francisco a Nápoles, jesuíta Gianfranco Matarazzo falou sobre a breve visita do Pontífice
Da redação, com Vatican News
Uma breve visita marcada pela temática do diálogo entre religiões e culturas, migrações, trabalho e teologia lida e interpretada no contexto no qual vivemos. Esta é a síntese da visita que o Papa Francisco fará na próxima sexta-feira, 21, das 9h da manhã até as 15h, a Nápoles, na Itália.
Logo depois da chegada de helicóptero à cidade, o Santo Padre irá de carro até a Faculdade de Teologia da Itália Meridional, onde participará do encontro que concluirá com o seu pronunciamento. O simpósio tem como título “A Teologia depois da Veritatis gaudium no contexto do Mediterrâneo”.
Padre Gianfranco Matarazzo, provincial da Província Euro-Mediterrânea e Vice-Grão-Chanceler da Pontifícia Faculdade de Teologia da Itália Meridional, afirmou que a teologia é chamada a se nutrir com o diálogo com todas as outras ciências e todas as outras disciplinas que de algum modo influenciam a antropologia do homem.
O sacerdote explicou: “No caso específico do Mediterrâneo a teologia é chamada a se responsabilizar pela presença do cristão, pela história do cristianismo, pelo complexo diálogo que teve com muitas culturas e com outras religiões”.
“Em todos estes séculos, o cristianismo manteve sempre a sua homogeneidade, uma sua continuidade e também manteve sua profecia para o futuro. Esta é a demonstração que a parte estreitamente teológica é uma parte viva e é muito atual”, comentou o sacerdote que completou: “o cristianismo sabe escutar, sabe interpretar, ir contra corrente, colocando à disposição d sociedade um anúncio de misericórdia e de esperança”.
Sobre o magistério do Papa e questões atuais do Mediterrâneo, padre Matarazzo frisouque o pontificado de Francisco é a continuidade de um caminho que nasceu de longe e que o Santo Padre soube reconhecer e levar adiante com mais força para o futuro.
“Todos estes eventos foram construídos de forma sinodal, com espírito de diálogo com as outras religiões e com as outras culturas. Um caminho com muito compartilhamento e comunhão. O Papa soube fazer isso em uma situação na qual os caminhos de comunhão e de compartilhamento estão se tornando cada vez mais problemáticos, mas é próprio do cristianismo saber enfrentar esta complexidade e saber propor uma profecia de vida e de esperança em situações semelhantes”, sublinhou o sacerdote.
O pronunciamento do Papa no Simpósio de Nápoles é, segundo padre Matarazzo, uma forma do Santo Padre dar continuidade ao trabalho de atenção aos cenários geopolíticos e em particular ao Mediterrâneo iniciado por seus antecessores. “Papa Francisco continuará este processo, fará com que seja mais sólido, e o estimulará para que possa exprimir toda a sua riqueza presente nele e possa formulá-lo em termos de profecia, isto é, oferecer uma abertura ao diálogo e à esperança em uma situação bastante complexa”, destacou.
“O potencial já existe. O Papa tenta de algum modo evidenciar este grande tesouro do Mediterrâneo, um tesouro no qual todas as Igrejas poderão caminhar juntas, reforçar suas relações ainda mais do que faziam, e receber uma nova linfa de caráter teológico, de caráter filosófico, de caráter cultural, de caráter sociopolítico, porque a Igreja é chamada também a se confrontar com um cenário sociopolítico decididamente de atualidade”, concluiu o sacerdote.