Antes da oração mariana do Ângelus, Francisco pediu aos fiéis que rezem pelo Sínodo que começa neste domingo, 6, e falou sobre fé
Da redação, com Vatican News
No Ângelus deste domingo, 6, o Papa Francisco convidou os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro a acompanharem, com as orações, a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, aberta, hoje, na missa celebrada na Basílica de São Pedro.
“Durante três semanas, os padres sinodais, reunidos em torno do Sucessor de Pedro, refletirão sobre a missão da Igreja na Amazônia, sobre a evangelização e sobre a promoção de uma ecologia integral. Peço a vocês que acompanhem, com a oração, este importante evento eclesial, a fim de que seja vivido na comunhão fraterna e na docilidade ao Espírito Santo, que sempre mostra os caminhos para o testemunho do Evangelho.”
Na alocução que precedeu a oração mariana, Francisco ateve-se ao Evangelho deste XXVII Domingo do Tempo Comum (Lc 17,5-10), cuja página evangélica apresenta o tema da fé: “Aumentai a nossa fé!”. “Uma bonita oração que devemos fazer muito durante o dia. Senhor, aumentai a minha fé!”, disse o Santo Padre.
De acordo com o Pontífice, Jesus responde a esse pedido dos apóstolos com as seguintes palavras: “Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘arranca e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”. “A fé comparável a um grão de mostarda é uma fé que não é soberba e segura de si, não finge ser um grande crente e, muitas vezes, acaba fazendo bobagem. Não!”, observou o Pontífice. “É uma fé que, na sua humildade, sente uma grande necessidade de Deus e na sua pequenez se abandona a Ele com plena confiança.
“É a fé que nos dá a capacidade de olhar com esperança as vicissitudes alternas da vida, que nos ajuda a aceitar também as derrotas, os sofrimentos, conscientes de que o mal jamais terá a última palavra”. O Pontífice questionou: “Como podemos entender se temos realmente fé, ou seja, se a nossa fé, mesmo minúscula é genuína, pura, sincera?”. O Papa respondeu:
“Jesus nos explica indicando qual é a medida da fé: o serviço. E o faz com uma parábola que, no primeiro impacto, resulta, de certo modo, desconcertante, porque apresenta a figura de um proprietário prepotente e indiferente. Mas, propriamente, esse modo de fazer do proprietário ressalta aquilo que é o verdadeiro centro da parábola, ou seja, atitude de disponibilidade do servo. Jesus quer dizer que assim é o homem de fé diante de Deus: coloca-se completamente à sua vontade, sem cálculos nem pretensões”.
Francisco destacou o que Jesus ensina nesta passagem evangélica: “Somos servos inúteis, fizemos apenas o que deveríamos fazer. (…) Servos inúteis, isto é, sem pretensões de ser agradecidos, sem reivindicações. ‘Somos servos inúteis’ é uma expressão de humildade, disponibilidade que faz muito bem à Igreja e evoca a atitude justa para trabalhar nela: o serviço humilde, do qual Jesus deu exemplo, lavando os pés dos discípulos”.
Que a Virgem Maria, mulher de fé, nos ajude a seguir neste caminho, disse por fim o Papa Francisco, voltando seu olhar para a Virgem Mãe, na vigília da festa de Nossa Senhora do Rosário.