Neste Dia Internacional contra a Mutilação Genital Feminina, Francisco recordou que esta prática, difundida em várias regiões do mundo, compromete gravemente a integridade física das mulheres
Da redação, com Vatican News
Após a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco recordou que, neste domingo, 6, celebra-se o Dia Internacional contra a Mutilação Genital Feminina.
“São cerca de três milhões de meninas que, todos os anos, se submetem a esta cirurgia, muitas vezes em condições muito perigosas para a sua saúde. Essa prática, infelizmente difundida em várias regiões do mundo, humilha a dignidade da mulher e atenta gravemente a sua integridade física”, disse o Pontífice.
Uma prática a ser abolida
Uma violação extrema dos direitos e da integridade das mulheres e meninas. Na maioria dos países do mundo, a mutilação genital feminina é considerada uma prática a ser abolida, fruto de costumes culturais baseados na retirada total ou parcial dos órgãos genitais externos, com consequências graves para a saúde da mulher, que em alguns casos leva à morte.
Uma vez feito o corte, as meninas serão consideradas prontas para se tornar esposas, e isso, muitas vezes, leva a um casamento precoce com o consequente abandono dos estudos.
Estima-se que cerca de 68 milhões de meninas em todo o mundo ainda correm o risco de se submeter a essa prática antes de 2030.
Continentes e países onde há mutilação genital
A mutilação genital feminina está difundida principalmente em 31 países da África e do Oriente Médio, 15 dos quais enfrentam conflitos, pobreza crescente e desigualdades, mas é correto definir essa prática como universal porque é comum em alguns países da América Latina e a Ásia.
Além disso, a Europa Ocidental, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia não estão excluídas, pois as famílias imigrantes continuam respeitando esta tradição. Pelo menos 200 milhões de meninas e mulheres vivas hoje sofreram mutilação genital feminina.
Em alguns países, a mutilação genital feminina é uma prática sofrida por cerca de 90% das meninas, especialmente em Djibuti, Guiné, Mali e Somália. Um fato alarmante diz respeito à idade das mulheres, cada vez menor: no Quênia, a idade média em que se submete a prática caiu de 12 para 9 anos nas últimas três décadas.