Papa Francisco enviou mensagem a uma conferência internacional que discute o equilíbrio do mundo; ressaltou a solidariedade e a fraternidade como caminhos
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Foto: REUTERS/Remo Casilli
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes da V Conferência Internacional “Pelo Equilíbrio do Mundo”, que começa nesta terça-feira, 24, e segue até o dia 28 de janeiro em Havana, Cuba.
O evento comemora o nascimento de José Martí, apresentando sua figura como um incentivo aos que são chamados a criar um clima de diálogo e fraternidade. E isso visando a promover mudanças significativas nas atuais circunstâncias sociais e políticas, circunstâncias estas que trazem motivos de alarme, disse o Papa, recordando seu último discurso ao corpo diplomático. E que devem suscitar um interesse por uma mudança de rumo.
“Para isso, porém, acredito que seja importante não olharmos tanto para o que cada um de nós, com a melhor das intenções, poderia propor, mas para a necessidade absoluta de nos sentarmos e escutar os outros. É urgente construir pontes que possam nos ajudar a encontrar juntos soluções viáveis que não excluam ninguém”.
Importância das raízes
O Papa contou aos presentes que ficou impressionado com algumas palavras de José Martí no túmulo do venerável padre Félix Varela. Segundo o Papa, Martí certamente admira o amor de Varela por sua terra e sua coragem em denunciar o que ele considera incompatível com o bem social. Ao mesmo tempo, destaca sua gentileza, uma virtude essencial do governante, que deve orientar o diálogo social e político. A importância das raízes é destacada por Martí ao recordar a figura do padre Varela.
“Trata-se de olhar para o passado, de não negar nossas raízes, que nos levam a aprender com nossos idosos, sobre a fé que os moveu, sobre a coerência de vida que esta fé lhes impôs, sobre aquela dedicação ao povo que nada mais é do que o mandamento do Senhor de amarmos como Ele nos amou.”
“Juntos”
Francisco concluiu recordando sua mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2023. No texto, ele retomou a ideia crucial, a partir dos heróis que surgiram na pandemia, de colocar a palavra “juntos” novamente no centro.
“De fato, é juntos, em fraternidade e solidariedade, que podemos construir a paz, garantir a justiça e superar os acontecimentos mais dolorosos. Esta é a chave para recuperar o equilíbrio que dá nome ao encontro de vocês, pois só juntos podemos enfrentar as diversas crises morais, sociais, políticas e econômicas das quais sofremos e que estão todas interligadas”, concluiu.
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