No dia Mundial do Enfermo, Francisco destacou a vinda de Jesus ao mundo como cura para a humanidade
Da redação, com Boletim da Santa Sé
“Contemplemos Jesus como o verdadeiro médico do corpo e da alma”. Foi o pedido do Papa Francisco no Ângelus deste domingo, 11, dedicado ao Dia Mundial do Enfermo, que concentrou um grande número de fiéis na Praça São Pedro. Segundo o Santo Padre, Deus Pai enviou Jesus ao mundo para curar a humanidade marcada pelo pecado e pelas consequências dele.
Leia a íntegra
.: Mensagem do Papa para Dia Mundial do Enfermo 2018
No evangelho deste domingo, de São Marcos, é apresentada a cura de um homem que sofre de lepra, uma doença que no Antigo Testamento era considerada uma impureza grave e envolvia a separação dos leprosos da comunidade. A condição do enfermo era dolorosa, de acordo com Francisco, pois a mentalidade antiga condicionava os leprosos ao sentimento de impureza diante de Deus e do homem.
“Se você quiser, pode me purificar!”, foi o pedido do leproso, ouvido, segundo o Pontífice, com compaixão por Jesus. Este ato do Messias é apontado pelo Papa como uma atitude que deve ser seguida por todos os cristãos, assim como foi vivida durante o Jubileu da Misericórdia. “Não entendemos a obra de Cristo, não compreendemos o próprio Cristo, se não entramos no seu coração com compaixão e misericórdia”, afirmou.
O pedido do homem no evangelho é o que levou Jesus a tocá-lo, contou o Santo Padre. “Eu o quero, seja limpo!”, disse Jesus ao tocar o leproso, atitude de cura, que segundo o Papa, não é fruto apenas de sentimentos de compaixão e misericórdia, mas de coragem e audácia. De acordo com Francisco, o Messias ignorou toda a possibilidade de contagio, prescrita na época, e libertou o leproso daquilo que era considerado uma maldição. O Pontífice pediu aos fiéis presentes para fazerem um exame de consciência e depois repetirem com ele as palavras do leproso: “Se queres, tens o poder de me purificar”.
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“Cada vez que nos aproximamos do sacramento da Reconciliação com um coração arrependido, o Senhor também nos repete: “Eu o quero, seja limpo!”, contou Francisco, que afirmou que com esta atitude, assim como a lepra, o pecado desaparece, e o homem volta a viver com alegria a relação filial com Deus. “Somos readmitidos integralmente na comunidade”, salientou.
“Nenhuma doença é motivo de impureza: a doença certamente envolve toda a pessoa, mas de modo algum afeta ou impede sua relação com Deus”, advertiu o Pontífice, que prosseguiu afirmando que uma pessoa doente pode ser ainda mais unida a Deus. Segundo o Papa, o que torna o homem impuro é o egoísmo, o orgulho, a corrupção, “doenças” que, de acordo com o Santo Padre, precisam ser limpas.
Ao fim do Ângelus, que também fez memória ao dia de Nossa Senhora de Lourdes, o Papa rogou a intercessão da Virgem Maria para curar feridas internas do homem, com sua misericórdia infinita, e devolver assim a esperança e a paz.