Publicado nesta terça-feira

Em novo livro, Papa sobre o Presépio: sinal genuíno da beleza da nossa fé

Publicado o novo livro de Francisco: “O meu Presépio. Conto a vocês sobre os personagens do Natal”; introdução da obra, também escrita pelo Papa, foi divulgada

Da redação, com Vatican News

Em 2019, Papa durante exposição de presépios no Vaticano /Foto: ABACAPRESS.COM via Reuters

Nesta terça-feira, 21, foi publicado o livro do Papa Francisco “Il mio Presepe. Vi racconto i personaggi del Natale” (O meu Presépio. Conto a vocês sobre os personagens do Natal). A obra, que está disponível em italiano, também pode ser encontrada em português, francês, inglês, alemão, espanhol e esloveno.

Na introdução, o Santo Padre recordou que por duas vezes quis visitar Greccio. A primeira para conhecer o lugar onde São Francisco de Assis inventou o presépio, algo que  marcou sua infância, e a segunda para assinar a Carta Apostólica “Admirabile signum” sobre o significado e a importância do presépio. “Em ambas as ocasiões, senti uma emoção especial que emanava da gruta”, escreveu.

Mistério cristão 

“A emoção dessa visão  me leva a aprofundar o mistério cristão que gosta de se esconder no que é infinitamente pequeno. De fato, a encarnação de Jesus Cristo continua sendo o coração da revelação de Deus, mesmo que seja facilmente esquecido que seu desenvolvimento é tão discreto a ponto de passar despercebido”, afirma Francisco.

O Pontífice frisa que a pequenez, de fato, é o caminho para encontrar Deus. “Não se deve ter medo das coisas grandes, é preciso seguir em frente e levar em conta as coisas pequenas. É por isso que salvaguardar o espírito do presépio se torna uma imersão saudável na presença de Deus manifestada nas pequenas coisas cotidianas, às vezes banais e repetitivas”, pontua.

O Papa encoraja os fiéis a saberem renunciar ao que seduz, mas leva a um caminho ruim, a fim de compreenderem e escolherem os caminhos de Deus. Nesse sentido, ele reforça que o discernimento é um grande dom que deve ser sempre pedido em oração. Foi então que Francisco recordou os pastores no presépio: “são aqueles que acolhem a surpresa de Deus e vivem seu encontro com Ele com admiração, adorando-O: em sua pequenez, eles reconhecem a face de Deus”. Humanamente, ele frisa que todos são inclinados a buscar a grandeza, mas é um dom saber como encontrá-la na pequenez que Deus tanto ama.

Céu cheio de estrelas

O Santo Padre recorda então o encontro que teve com os jovens de Rieti, no oásis do Menino Jesus, logo acima do santuário do presépio, em janeiro de 2016. A eles, e a todos, ele pontua que lembrou que na noite de Natal há dois sinais que guiam a humanidade no reconhecimento de Jesus. Um deles é o céu cheio de estrelas.

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“Há muitas, um número infinito dessas estrelas, mas entre todas elas, uma estrela especial se destaca, aquela que levou os Magos a deixar suas casas e iniciar uma viagem, um caminho que eles não sabiam aonde os levaria. O mesmo acontece em nossa vida: em um determinado momento, uma ‘estrela’ especial nos convida a tomar uma decisão, a fazer uma escolha, a iniciar um caminho. Devemos pedir a Deus, com força, que nos mostre essa estrela que nos empurra para algo mais do que nossos hábitos, porque essa estrela nos levará a contemplar Jesus, aquela criança que nasceu em Belém e que quer nossa felicidade plena”, escreveu.

Pequenez de Deus

Naquela noite santificada pelo nascimento do Salvador, o Pontífice ressalta que se encontra outro sinal poderoso: a pequenez de Deus. “Os anjos indicam aos pastores uma criança nascida em uma manjedoura. Não é um sinal de poder, autossuficiência ou orgulho. Não. O Deus eterno se aniquila em um ser humano indefeso, manso e humilde. Deus se abaixou para que pudéssemos caminhar com Ele e para que Ele pudesse se colocar ao nosso lado, e não acima e distante de nós”, reflete.

Diante destes dois sinais, o Papa afirma que espanto e admiração são os dois sentimentos que movem todos, pequenos e grandes, diante do presépio. Ele é “como um Evangelho vivo que transborda das páginas da Sagrada Escritura. Não importa como o presépio é montado, ele pode ser sempre o mesmo ou mudar a cada ano; o que importa é que ele fale à vida”.

Forma genuína da beleza da fé

O primeiro biógrafo de São Francisco, Tommaso de Celano, foi recordado pelo Santo Padre. Tommaso descreve a noite de Natal de 1223, cujo oitavo centenário é celebrado este ano. O Papa sublinha que quando São Francisco chegou, encontrou o presépio com o feno, o boi e o burro. As pessoas que haviam se reunido ali manifestaram uma alegria indescritível, nunca antes experimentada, com a cena do Natal.

“Em seguida, o padre celebrou solenemente a Eucaristia na manjedoura, mostrando a ligação entre a Encarnação do Filho de Deus e a Eucaristia. Naquela ocasião, não havia estatuetas em Greccio: o presépio foi feito e vivenciado pelos presentes”, conta.

Por fim, o Pontífice deseja que o primeiro presépio, que realizou uma grande obra de evangelização, também possa ser hoje uma ocasião para despertar admiração e espanto. “Assim, o que São Francisco começou com a simplicidade daquele sinal persiste até hoje, como uma forma genuína da beleza da nossa fé”.

 

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