Viagem a Genebra

Em encontro ecumênico, Papa destaca missão, caridade e serviço cristão

Francisco reafirmou empenho da Igreja Católica na causa ecumênica e motivou cristãos ao serviço e à unidade

Kelen Galvan
Da redação

Papa Francisco participou hoje do encontro ecumênico no Centro Ecumênico do Conselho Mundial de Igrejas em Genebra, na Suiça / Foto: Reprodução Vatican Media

No penúltimo compromisso do Papa Francisco em sua viagem a Genebra, na Suiça, o Santo Padre participou de um encontro ecumênico no Centro Ecumênico do Conselho Mundial de Igrejas. O Pontífice está no país por ocasião do 70º aniversário da criação do Conselho Ecumênico das Igrejas.

Em seu discurso, Francisco destacou que setenta anos lembra a duração de uma vida e também remete à passagem do Evangelho (cf. Mt 18,22), quando o Senhor manda perdoar até “setenta vezes sete”. Um número que, segundo o Papa, alonga a medida para uma “caridade desmesurada”, capaz de perdoar sem limites.

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“É esta caridade que nos permite, depois de séculos de contrastes, estar juntos como irmãos e irmãs reconciliados e agradecidos a Deus nosso Pai. O fato de nos encontrarmos aqui deve-se também a quantos nos precederam no caminho, escolhendo a estrada do perdão e consumindo-se para responder à vontade do Senhor: que ‘todos sejam um só'”, enfatizou.

O Santo Padre destacou que os cristãos são os beneficiários da fé, da caridade e da esperança de muitos que tiveram, com a força desarmada do Evangelho, a coragem de inverter o sentido da história.

“Aquela história que nos levara a desconfiar uns dos outros e a alhear-nos mutuamente, seguindo a espiral diabólica de incessantes fragmentações. Graças ao Espírito Santo, inspirador e guia do ecumenismo, o sentido mudou e ficou indelevelmente traçado um caminho novo e, ao mesmo tempo, antigo: o caminho da comunhão reconciliada, rumo à manifestação visível daquela fraternidade que já une os crentes”, afirmou.

Papa discursa em Encontro Ecumênico em Genebra / Foto: Reprodução Vatican Media

Apelo à Missão

Francisco disse ainda que o número 70 destaca outro motivo evangélico, de quando Jesus enviou seus discípulos em missão (cf. Lc 10,1), e o número de discípulos alude ao número de nações conhecidas na época.

Para o Papa, isso sugere que a missão tem em vista todos os povos, e cada discípulo deve tornar-se apostólo e missionário.

“O Conselho Ecumênico das Igrejas nasceu como instrumento do movimento ecumênico que foi suscitado por um forte apelo à missão: como podem os cristãos evangelizar, se estão divididos entre si? Esta premente interpelação orienta ainda o nosso caminho e traduz o pedido do Senhor para permanecermos unidos a fim de que ‘o mundo creia’ (Jo 17, 21)”, destacou.

Por fim, Francisco afirmou que desejou participar pessoalmente das comemorações deste aniversário do Conselho para reafirmar o empenho da Igreja Católica na causa ecumênica e encorajar a cooperação com as Igrejas-membros e com os parceiros ecumênicos.

“O fato de nos encontrarmos aqui deve-se também a quantos nos precederam no caminho, escolhendo a estrada do perdão”, disse Papa / Foto: Reprodução Vatican Media

Testemunho dos cristãos

O Santo Padre recordou que o trabalho tipicamente eclesial é a “diakonia”, o caminho indicado para seguir o Mestre, que “não veio para ser servido, mas para servir”, e apontou que o serviço das Igrejas-membros do Conselho encontra uma expressão emblemática na Peregrinação de Justiça e de Paz.

“A credibilidade do Evangelho é testada pela maneira como os cristãos respondem ao clamor de quantos injustamente, nos diferentes cantos da terra, são vítimas do trágico aumento duma exclusão que, gerando pobreza, fomenta os conflitos”, disse.

O Papa finalizou convidando a todos os cristãos a se encoragem mutuamente ao serviço, principalmente aos que necessitam.

“É sobre o amor ao próximo, a cada pessoa que nos está próxima, que nos interpelará o Senhor (cf. Mt 25, 31-46), o Bom Samaritano da humanidade (cf. Lc 10, 29-37). Perguntemo-nos então: que podemos fazer juntos? Se um serviço é possível, por que não projetá-lo e realizá-lo conjuntamente, começando a experimentar uma fraternidade mais intensa no exercício da caridade concreta?”

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