Papa Francisco recebeu, neste sábado, seminaristas de Barcelona; no discurso entregue aos presentes, uma reflexão sobre o tema da oração
Da Redação, com Vatican News
O tema da oração foi o foco do discurso que o Papa Francisco entregou a seminaristas do Seminário Conciliar de Barcelona, recebidos em audiência neste sábado, 10. A comunidade muito desejava encontrar o Papa. Francisco resolveu falar de improviso, mas entregou a eles o discurso preparado.
No discurso, Francisco se deteve no tema da oração. A oração perseverante produz frutos, observou o Papa, mas é importante também invocar a mediação da Igreja, por meio da oração dos párocos e fiéis, para que Deus lhes conceda a perseverança na vocação e no caminho do bem.
Referindo-se de modo particular aos que estão para concluir seus estudos, o Papa citou duas tentações: a de se concentrar nas coisas ruins, levando em conta apenas as experiências negativas, e a de tentar apresentar um mundo idílico e irreal.
“Lembrem-se que, quando forem sacerdotes, sua primeira obrigação será ter uma vida de oração, que brota da ação de graças por este amor de predileção, que Deus lhes demonstrou ao chamá-los ao serviço sacerdotal.”
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O sacerdote não é um dominador de almas
Na fase de formação para o sacerdócio, seria bom, sugeriu Francisco, confrontar-se com as atitudes de disponibilidade e oração da Virgem Maria, segundo os mistérios Gozosos do Terço. O sacerdote não é um dominador de almas, sua riqueza e poder é agir em nome de Jesus, é ser seu instrumento, tornando-o presente na Eucaristia, nos Sacramentos, na Palavra. Com Jesus, fazer todo o possível pelas almas que lhes foram confiadas, pediu o Papa.
“Deus pede-nos sacrifício: sacrifício do coração, renunciando à nossa vontade; sacrifício da sensibilidade, que contemplamos na flagelação; sacrifício da honra, renunciando ao louro da nobreza, do título acadêmico, do louvor mundano, que só distanciam de Deus. Devemos aspirar à coroa de espinhos, que nos identificam com o Senhor”
Aceitar a própria Cruz
Nisto consiste o sacrifício, indicou o Papa: aceitar a própria cruz e iniciar um caminho, muitas vezes de abandono, com o sacrifício da vida. E são suficientes coisas simples do dia a dia: cama dura, quarto pequeno, mesa pobre de comida, noites ao lado dos moribundos, levantar-se de madrugada para abrir a igreja, onde, com Jesus, acolhem-se os pecadores e sofredores.
Por fim, o Papa concluiu suas reflexões com os mistérios Gloriosos, a ação de graças pelo sacrifício de Jesus na cruz. Após o triunfo da ressurreição, Jesus continua sua ação de graças no santuário celeste, sentado à direita do Pai, convidando à esperança e à alegria, que garantem o Paraíso.
Antes de se despedir da Comunidade do Seminário Conciliar de Barcelona, Francisco recordou que Deus envia o Espírito Santo, que concede o dom do sacerdócio. “Jamais se esqueçam do seu amor de predileção; jamais deixem apagar o ardor de intrépidos pregadores do Evangelho; imolem-se com Ele no sacrifício Eucarístico. Enfim, ao rezar o Terço, peçam a Maria, Rainha e Mãe de Misericórdia, que os ajude a descobrir os mistérios do sacerdócio, mediante a contemplação dos mistérios do seu Filho”.