Missa de Natal

É preciso fazer-se pequenino para encontrar Jesus, diz Papa

Francisco presidiu Missa de Natal recordando que é preciso olhar para a simplicidade de Deus para viver o verdadeiro Natal

Jéssica Marçal
Da Redação

Papa diante da imagem do Menino Jesus na Basílica de São Pedro / Foto: Reprodução CTV

Neste sábado, 24, véspera de Natal, o Papa Francisco presidiu a Santa Missa na Basílica Vaticana. Na homilia, convidou os fiéis a deixarem de lado pretensões insaciáveis para reencontrar na simplicidade de Deus o sentido da vida.

O sinal para sempre encontrar Jesus, segundo o Papa, está na simplicidade da cena do seu nascimento, uma simplicidade que deve ser contemplada para que se possa viver o verdadeiro Natal.

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.: Íntegra da homilia

Com este sinal, explicou Francisco, o Evangelho desvenda o paradoxo do Deus que não se apresentou entre os grandes, mas na pobreza de um curral, na simplicidade da vida, na pequenez que surpreende. E para encontrar Jesus, é preciso fazer-se pequenino. “O Menino que nasce interpela-nos: chama-nos a deixar as ilusões do efêmero para ir ao essencial, renunciar às nossas pretensões insaciáveis, abandonar aquela perene insatisfação e a tristeza por algo que sempre nos faltará. Far-nos-á bem deixar estas coisas, para reencontrar na simplicidade de Deus-Menino a paz, a alegria, o sentido da vida”.

Ao falar do Menino Jesus na manjedoura, o Papa também se lembrou das crianças que não têm berço nem um pai ou mãe para lhes dar carinho. São crianças que estão nas “miseráveis manjedouras de dignidade”, ou seja, em abrigos subterrâneos para escapar de bombardeios, nas calçadas das grandes cidades ou então no fundo de barcos sobrecarregados de migrantes. Francisco também mencionou as crianças que não são permitidas nascer, que passam fome, que têm armas na mão em vez de brinquedos.

O Santo Padre também atentou para a indiferença que Jesus sofreu em seu nascimento, uma atitude que pode se repetir ainda hoje quando o Natal se torna uma festa onde o protagonista é o homem em vez de ser Jesus, quando comércio e presentes colocam na sombra a luz de Deus. Apesar disso, Natal é festa da esperança, destacou o Papa, pois a luz de Deus resplandece mesmo diante das trevas humanas.

“Entremos no verdadeiro Natal com os pastores, levemos a Jesus aquilo que somos, as nossas marginalizações, as nossas feridas não curadas. Assim, em Jesus, saborearemos o verdadeiro espírito do Natal: a beleza de ser amado por Deus”.

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