Exéquias de Dom Kalenga

"Dizer adeus ao irmão significa deixá-lo ir para Deus", diz Papa

Francisco presidiu neste sábado, 15, a missa de exéquias de Dom Léon Kalenga, núncio apostólico na Argentina falecido na última quarta-feira, 12

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco durante celebração da missa de exéquias de Dom Léon Kalenga / Foto: Vatican Media

“Dizer adeus ao irmão significa deixá-lo ir para Deus, significa deixá-lo nas mãos do Senhor, que são as mãos mais belas, porque são chagadas de amor”. A frase foi dita pelo Papa Francisco na manhã deste sábado, 15, durante a Missa de Exéquias de Dom Léon Kalenga Badikebele, falecido no último dia 12 de junho. A celebração aconteceu no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro. A homilia do Pontífice foi centrada na despedida do pastor de seu rebanho.

O pastor, afirmou o Santo Padre, despede-se do próprio povo, como fez São Paulo em Mileto antes de ir a Jerusalém. Todos choraram antes que o Apóstolo dos Gentios subisse no barco, recordou o Papa: “[O pastor] despede-se com o próprio testemunho. O pastor se despede mostrando que sua vida é uma vida de obediência a Deus: ‘Agora, impelido pelo Espírito, vou’ para outro lugar. É o Espírito que me trouxe e que me leva”.

A despedida é também um desapego, sublinhou Francisco. “É o testemunho daqueles que estão habituados a não serem apegados aos bens deste mundo, a não serem apegados à mundanidade”, completou. Segundo o Pontífice, o pastor que se despede confia a outros a tarefa de vigiar, de prosseguir pelo caminho. “É como se dissesse: ‘Vigiem sobre vós mesmos e sobre todo o rebanho. Vigiem, lutem; sejam adultos, vos deixo sozinhos, sigam em frente’”, destacou.

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De acordo com o Santo Padre, a despedida do pastor é também profética: mostra o caminho, indica como se defender. “O pastor exorta a estarem atentos, porque depois de sua partida ‘virão lobos vorazes’. E no final, o pastor reza e é como se ele dissesse: ‘agora eu confio vocês a Deus'”, observou o Papa. O Pontífice destacou a despedida do pastor, que “São Paulo viveu tão fortemente em Mileto”.

Além da despedida de São Paulo, francisco indicou outra despedida, a de Jesus. “Foi uma despedida de esperança”, frisou. Jesus, disse o Pontífice, diz aos seus seguidores: “Vou preparar um lugar para vocês”. “A vida nos ensina a nos despedir, a dar pequenos passos antes da grande despedida final. (…) Que o Senhor nos dê a todos essa graça: aprender a despedir-se, que é uma graça do Senhor”, concluiu.

Dom Léon Kalenga

Dom Léon Kalenga Badikebele nasceu em 17 de julho de 1956 em Kamina, na República Democrática do Congo. Em 5 de setembro de 1982, foi ordenado sacerdote e incardinado em Luebo. Graduou-se em Direito Canônico, ingressando no serviço diplomático da Santa Sé em 27 de fevereiro de 1990, prestando sucessivamente seu serviço nas representações pontifícias no Haiti, Guatemala, Zâmbia, Brasil, Egito, Zimbábue e Japão.

Em 1° de março de 2008, foi eleito à sede titular de Magneto e nomeado, ao mesmo tempo, núncio apostólico em Gana, recebendo a ordenação episcopal no dia 1º de maio sucessivo. Em 22 de fevereiro de 2013, foi transferido como núncio apostólico em El Salvador e em 13 de abril do mesmo ano tornou-se também núncio apostólico em Belize. Em 17 de março de 2018 foi nomeado núncio apostólico na Argentina.

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