AUDIÊNCIA

Papa aos Carabineiros: serviço à justiça tem seu fim último no amor

Em memória à oficial que se sacrificou “para salvar inocentes das tropas nazistas” em 1943, Francisco se encontrou com militares italianos na Praça São Pedro

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco recebe carabineiros em audiência na Praça São Pedro neste sábado, 16 / Ftoto: Vatican Media/­Handout via REUTERS

Na Praça São Pedro, o Papa Francisco recebeu em audiência oficiais e militares da Arma dos Carabineiros, neste sábado, 16. O encontro é motivado pelo aniversário do sacrifício do vice-brigadeiro Medalha de Ouro por Valor Militar, Salvo D’Acquisto, que completa 80 anos no dia 23, sábado. O militar foi morto em 1943 pelos alemães por “salvar reféns inocentes capturados pelas tropas nazistas”.

O Pontífice explicou que fazer memória deste colega não pode ser uma “comemoração estéril”. Ele indicou que, em meio a um mundo marcado pelo individualismo, pela intolerância e pela exacerbação da violência e do ódio, esta celebração deve “renovar hoje o compromisso na Arma, a serviço do bem e da verdade, a serviço da sociedade”.

“A vocês, que estão diariamente comprometidos com o serviço da justiça e da legalidade (…), gostaria de dizer que tudo isso encontra sua razão e seu fim último no amor. A justiça, de fato, não tende simplesmente a impor punições a quem errou, mas a restaurar as pessoas em nome do respeito e do bem comum”, expressou o Santo Padre.

Paixão pelo bem

Em sua visão, os Carabineiros são chamados não apenas a cumprir o próprio dever, mas a tornar a sociedade mais justa e humana. Francisco indicou que “é bom que vocês sejam pessoas apaixonadas como Salvo D’Acquisto; servidores do Estado e do bem comum, que lutam contra a injustiça, defendem os mais fracos, oferecem um senso de proteção às nossas cidades”.

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A dedicação nessa missão requer sacrifício e compromisso, disciplina e disponibilidade, senso de responsabilidade e dedicação, indicou ainda o Papa. Ele falou também como os militares estão “imersos em contextos difíceis, onde a justiça é muitas vezes pisoteada, chamados a lutar contra todo tipo de ilegalidade, contra o crime organizado e contra um senso de impunidade às vezes infelizmente arraigado, contra a mentalidade mafiosa”.

Concluindo seu discurso, o Pontífice exortou os presentes a nunca desanimarem ou cederem à tentação de pensar que o mal seja mais forte, que o pior não tem fim e que o seu esforço em fazer o bem é inútil. “Olhando a Salvo D’Acquisto, deixem-se animar pela paixão pelo bem”, finalizou o Santo Padre.

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