Para Francisco o diálogo inter-religioso é uma importante ferramenta na luta contra o ódio e o antissemitismo
Da redação, com Vatican News
Em sua série de audiências, o Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira, 8, na Sala do Consistório, no Vaticano, uma Delegação de 40 pessoas do Comitê Judaico Americano. Em seu discurso, o Santo Padre recordou os diversos contatos que a organização manteve com os sucessores de Pedro, desde o início do diálogo oficial entre a Igreja Católica e o Judaísmo.
“O compromisso de vocês com o diálogo católico-judaico tem tantos anos quanto a Declaração ‘Nostra Aetate’, uma pedra miliar em nosso caminho de redescoberta fraterna. Muito me alegra que, com o tempo, conseguimos manter boas relações e intensificá-las cada vez mais”, reforçou o Pontífice.
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Cultivar estas boas relações fraternas por tanto tempo, afirmou o Papa, é um dom e, ao mesmo tempo, um chamado de Deus. Para Francisco, católicos e judeus são chamados a construir, juntos, uma atmosfera familiar, escolhendo, com todas as forças, o amor divino, que inspira respeito e apreço pela religiosidade de cada um. Neste sentido, o Santo Padre expressou sua grande preocupação à Delegação do Comitê Judaico Americano pelo recrudescimento bárbaro, em vários países, de ataques antissemitas. Por isso, reiterou a necessidade de vigia contra este fenômeno:
“Reafirmo que, para um cristão, toda forma de antissemitismo representa uma negação das próprias origens, uma contradição absoluta. Devemos fazer como um pai, que, apesar de ver coisas trágicas, jamais se cansa de transmitir aos seus filhos os fundamentos do amor e do respeito. Enfim, devemos olhar o mundo com os olhos das mães, com os olhos da paz”.
O Pontífice sugeriu uma importante ferramenta na luta contra o ódio e o antissemitismo: o diálogo inter-religioso voltado para a promoção do compromisso com a paz, o respeito mútuo, a proteção da vida, a liberdade religiosa, a proteção da criação.
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Segundo o Santo Padre, judeus e cristãos também compartilham de uma rica herança espiritual, que permite fazer, juntos, muitas coisas boas. Diante do secularismo e do abismo da desigualdade entre ricos e pobres, os religiosos são chamados a cuidar dos mais vulneráveis: os pobres, os fracos, os enfermos, as crianças, os idosos.
No serviço à humanidade, assim como em um diálogo inter-religioso, Francisco reafirmou que os jovens aguardam e sonham com a descoberta de novos ideais. O Papa realçou a importância de treinar as gerações futuras no caminho do diálogo judaico-cristão e no compromisso comum no campo da educação que é ferramenta eficaz para combater a violência e abrir novos caminhos para a paz.