Francisco fez uma reflexão sobre o Mistério da Salvação, revelado aos pequeninos, não aos inteligentes e sábios
Da Redação, com Rádio Vaticano
Na missa desta terça-feira, 29, celebrada pelo Papa Francisco na Casa Santa Marta, o Pontífice fez uma reflexão sobre o Mistério da Salvação revelado aos “pequeninos”, não aos inteligentes e aos sábios.
O Papa se inspirou no Evangelho do dia, de São Lucas (Lucas 10, 21-24), que fala sobre o louvor de Jesus ao Pai, para destacar a preferência de Deus por quem sabe entender os seus mistérios, não os inteligentes e os sábios, mas o coração dos “pequeninos”.
Francisco explicou que a primeira leitura (Isaías, 11,1-10) também indica esse caminho. O profeta Isaías fala de um pequeno broto que nascerá no tronco de Jessé, e não de um exército que trará a libertação, explica.
“Depois, no Natal, veremos esta pequenez, esta pequena coisa: uma criança, uma estrebaria, uma mãe, um pai. As pequenas coisas. Corações grandes, mas atitude de pequeninos. E sobre este broto se repousará o Espírito do Senhor, o Espírito Santo, e este pequeno broto terá aquela virtude dos pequeninos, e o temor do Senhor. Caminhará no temor de Deus. Temor do Senhor que não é o medo: não. É dar vida ao mandamento que Deus deu ao nosso pai Abraão: ‘Caminha na minha presença e seja irrepreensível’. Humilde. Esta é humildade”.
Humildade
O Papa explicou que somente os “pequeninos”, são capazes de entender plenamente o sentido da humildade, o sentido do temor de Deus, porque caminham diante do Senhor, sentem que o Senhor lhes dá a força para ir avante. Esta é a verdadeira humildade.
“Viver a humildade, a humildade cristã, é ter este temor do Senhor que não é medo, mas é: ‘Tu és Deus, eu sou uma pessoa, eu vou avante assim, com as pequenas coisas da vida, mas caminhando na Tua presença e buscando ser irrepreensível’. A humildade é a virtude dos pequeninos, a verdadeira humildade, não a humildade um pouco teatral, não, aquela não. A humildade de quem dizia: ‘Eu sou humilde, mas orgulhoso de sê-lo’. Não, aquela não é a verdadeira humildade. A humildade do pequenino é aquela que caminha na presença do Senhor, não fala mal dos outros, olha somente para o serviço, se sente o menor. Ali está a força”.
Ao pensar sobre o Natal, Francisco recordou a humildade de Maria, aquela jovem para a qual Deus olha para enviar o Seu Filho, e que logo depois vai até a prima Isabel e não diz nada sobre aquilo que tinha acontecido. A humildade é assim, explicou, caminhar na presença do Senhor, felizes e alegres.
“Olhando Jesus que exulta na alegria porque Deus revela o seu mistério aos humildes, possamos pedir para todos nós a graça da humildade, a graça do temor de Deus, de caminhar na sua presença buscando ser irrepreensíveis. E assim, com esta humildade, possamos ser vigilantes na oração, operosos na caridade e exultantes de alegria no louvor. Assim seja”.