CONVERSÃO ECOLÓGICA

“Deus nos fez guardiões e não senhores do planeta”, declara Papa

Em discurso a participantes de conferência sobre conhecimento indígena e científico, Francisco destaca colaboração no cuidado ambiental

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco planta árvore durante visita apostólica a Bangladesh em 2017 / Foto: REUTERS/Vincenzo Pinto/ Pool

O Papa Francisco se encontrou, nesta quinta-feira, 14, com os participantes de uma conferência promovida pelas Pontifícias Academias de Ciências e Ciências Sociais. O encontro tem como tema “Conhecimento dos povos indígenas e as ciências” e continua na sexta-feira, 15.

Após sua saudação, o Santo Padre, por conta de um resfriado, passou a palavra ao padre Pierluigi Giroli, que leu o discurso preparado. No texto, Francisco demonstra seu apreço pela iniciativa, sinalizando que o workshop representa uma oportunidade de crescimento por meio da escuta recíproca dos povos indígenas e dos cientistas.

Além disso, ele aponta que a conferência tem como objetivo convocar governos e grandes organizações para reconhecer e respeitar “a diversidade dentro da grande família humana”. A perda de tradições, culturas e espiritualidade, observa, representaria um empobrecimento para todos.

“Os projetos de pesquisa científica e, consequentemente, investimentos, devem ser direcionados decisivamente para a promoção da fraternidade humana, justiça e paz, para que os recursos possam ser coordenados e alocados para responder aos desafios urgentes enfrentados pela Terra, nosso lar comum, e pela família dos povos”, pontua o Papa.

Conversão ecológica

O texto enfatiza a necessidade de uma conversão e uma visão alternativa à atual. Neste contexto, “o diálogo aberto entre o conhecimento indígena e as ciências, entre comunidades de sabedoria ancestral e as das ciências, pode ajudar a enfrentar de maneira nova, mais integral e mais eficaz, questões cruciais como água, mudanças climáticas, fome e biodiversidade”, indica o Pontífice.

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Neste encontro entre o conhecimento indígena e a ciência, comenta, é preciso visar à superação dos conflitos de maneira não violenta e ao combate da pobreza e das novas formas de escravidão. “Deus, o Criador e Pai de todos os povos e de tudo o que existe, nos chama hoje a viver e testemunhar nosso chamado humano à fraternidade universal, liberdade, justiça, diálogo, encontro recíproco, amor e paz, e evitar alimentar o ódio, o ressentimento, a divisão, a violência e a guerra”, afirma o Santo Padre.

“Deus nos fez guardiões e não senhores do planeta”, prossegue Francisco, “somos todos chamados a uma conversão ecológica, comprometidos em salvar nossa casa comum e viver uma solidariedade intergeracional para salvaguardar a vida das gerações futuras, em vez de dissipar recursos e aumentar a desigualdade, a exploração e a destruição”.

Por fim, o Papa assegura suas orações e bênçãos, expressando que “a Igreja está com vocês, aliada aos povos indígenas e seus conhecimentos, e aliada à ciência para fazer com que a fraternidade e a amizade social cresçam no mundo”.

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