Papa Francisco falou aos sacerdotes do Colégio Nepomuceno de Roma, propondo a construção de pontes nas pegadas do exemplo de São João Nepomuceno
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira, 10, a Comunidade do Pontifício Colégio Nepomuceno de Roma, destinado a sacerdotes de nacionalidade tcheca. Francisco convidou os presentes a serem construtores de pontes: com oração e com Jesus Cristo, inspirados no Padroeiro São João Nepomuceno.
Francisco iniciou seu discurso falando sobre o santo padroeiro do Colégio. Nele se encontra uma raiz forte e sempre viva, capaz de alimentar o presente e o futuro da comunidade, como fez em seu passado. Impressiona o fato de que São João Nepomuceno morreu porque queria permanecer fiel ao segredo de Confissão, observou o Papa: disse “não” ao rei para confirmar seu “sim” a Cristo e à Igreja.
“Esta raiz de coragem e firmeza evangélica – que remonta ao seu santo padroeiro – jamais deve se tornar uma placa a ser colocada na parede, como um objeto de museu; não, ela deve permanecer uma raiz viva, porque sua seiva é necessária até hoje!”. O Pontífice acrescentou que, ainda hoje, na Europa e em todas as partes do mundo, ser cristão, e em particular ser ministros da Igreja, requer dizer ‘não’ aos poderes deste mundo a fim de confirmar o ‘sim’ ao Evangelho.
O Papa manifestou o desejo de que o Colégio que leva o nome do santo seja sempre uma casa e escola de liberdade, “liberdade interior, fundada sobre a relação com Cristo e com o Espírito Santo”.
Pontes com oração
Outro ponto de reflexão foi a recordação de que São João de Nepomuceno é o protetor das pontes. Ele foi jogado da Ponte Carlos de Praga no rio Moldau, coroando assim seu testemunho. “Uma forma apropriada de honrar sua memória é então tentar, na vida concreta, construir pontes onde há divisões, distâncias, incompreensões”
Francisco observou que isso não pode ser feito sem a oração. As pontes são construídas a partir da oração, pontuou, dia após dia, batendo insistentemente no coração de Cristo, lançando os fundamentos para que duas margens distantes e hostis possam se comunicar novamente. E o ponto central para construir pontes é Jesus Cristo.
“Jesus Cristo é a ponte e Ele é o pontífice. É Ele que é nossa paz, é Ele que derrubou e derrubou e derruba os muros da inimizade. E é a Ele que devemos sempre dirigir e atrair pessoas, famílias, comunidades”
Por fim, o Papa recordou a presença, no Colégio Nepomuceno, além dos sacerdotes da República Tcheca, de outros sacerdotes de diferentes países, inclusive da África e da Ásia. “E esta realidade que depende da diminuição da presença europeia, pode se tornar, se bem administrada, uma riqueza humana e formativa. Nesta diversidade, vocês podem praticar melhor como ser ‘pontes’, servidores da cultura do encontro, capazes de captar no outro a peculiar originalidade e ao mesmo tempo a humanidade comum”.