Cardeal Blase Cupich afirma que encontro organizado pelo Papa será o começo de uma mudança mundial para proteger as crianças
Da redação, com Vatican News
O cardeal estadunidense Blase Cupich, que atua em Chicago, nos Estados Unidos, concedeu uma entrevista ao site Crux, serviço on-line de notícias católicas, e descreveu o encontro organizado pelo Papa Francisco, que acontecerá no Vaticano em fevereiro de 2019, como o começo de uma reforma mundial que trará uma mudanças na cultura da Igreja com relação à proteção das crianças.
O cardeal Blase Cupich integra o comitê que organizará a reunião dos Presidentes das Conferências Episcopais, em fevereiro do ano que vem, que será focado na proteção das crianças na Igreja. Na entrevista concedida, o Cardeal afirma que o Comitê está comprometido “a alcançar específicos resultados para refletir as ideias do Papa Francisco”. O religioso também enfatiza o papel consultivo “de clérigos, homens e mulheres leigos, que têm demonstrado experiência e conhecimento” com relação a abusos.
Um encontro global para uma Igreja global
Na opinião do Cardeal Blase, neste encontro de fevereiro, o Papa Francisco espera “o envolvimento de toda a Igreja em assegurar a proteção das crianças em todo o mundo contra o abuso sexual clerical”.
O Santo Padre entente que se trata de um assunto global, afirma o Cardeal. “E ele quer reforçar nosso comprometimento como Igreja para estabelecer medidas responsivas, responsabilidade e transparência.”
Ao convocar todos os presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo, o Papa está buscando “uma compreensão abrangente das falhas do passado, bem como das soluções globais que estão avançando”, explica o cardeal.
Uma mudança de cultura
O cardeal Cupich diz estar ciente das altas expectativas de resultados positivos e concretos da reunião de fevereiro. Mas ele acrescenta que, para abordar completamente a questão do abuso sexual, é necessária uma transformação mais profunda.
O Papa Francisco está chamando para “uma mudança de cultura”, continua o Cardeal. Isto é, “uma reforma em como nos aproximamos do ministério. Pois, além de ser um crime, o abuso sexual de menores por clérigos é uma corrupção de nosso ministério. É por isso que essa reunião deve ser entendida como parte de um compromisso de longo prazo com a reforma, percebendo que uma reunião não resolverá todas as questões ”, disse ele.
Uma reforma mundial
O cardeal Cupich conclui descrevendo a reunião de fevereiro no Vaticano como “o início de um processo”. “O início de uma reforma mundial que precisará estar em andamento e envolverá um processo de iniciativas em níveis regionais, nacionais e diocesanos”, finalizou.