Papa participou de encontro de oração pela paz realizado hoje no Coliseu, em Roma
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O Papa Francisco participou nesta quinta-feira, 7, do encontro internacional promovido pela Comunidade de Santo Egídio: “Religiões e Culturas em diálogo. Povos irmãos, terra futura”. No evento realizado no Coliseu, em Roma, o Pontífice fez um discurso em prol da paz e da fraternidade entre os povos, reiterando a importância das religiões na promoção da paz. “A oração é aquela força humilde que dá paz e desarma os corações do ódio”.
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O Coliseu foi cenário de espetáculos fratricidas no passado, lembrou o Papa. Mas também hoje se assiste à violência e à guerra, ao irmão que mata o irmão como se fosse um jogo visto à distância. “Mas com a vida dos povos e das crianças não se pode brincar. Não se pode ficar indiferente. É preciso, ao contrário, entrar em empatia e reconhecer a comum humanidade a que pertencemos, com seus cansaços, suas lutas e suas fragilidades”.
Diante de uma sociedade globalizada e que espetaculariza a dor, é preciso “construir compaixão”, defendeu o Papa. Trata-se de sentir o sofrimento do outro, reconhecer sua face. Segundo ele, é a coragem da compaixão: faz ir além do “não me diz respeito”.
O papel das religiões
Francisco mencionou ainda o documento sobre a fraternidade humana, assinado em Abu Dhabi há dois anos. Recordou que os representantes das religiões são chamados a não ceder às seduções do poder mundano, mas dar voz a quem não tem, dar poio a quem sofre, aos oprimidos.
“É nossa responsabilidade, queridos irmãos e irmãs, ajudar a erradicar dos corações o ódio e condenar toda forma de violência. Com palavras claras, encorajemos a isso: depor as armas, reduzir as despesas militares para prover às necessidades humanitárias, converter os instrumentos de morte em instrumentos de vida”.
Sonho de paz
Para que os povos sejam irmãos, é preciso rezar incessantemente e uma palavra não pode deixar de ressoar na terra: paz.
Aqui, Francisco citou São João Paulo II e o caminho indicado para cultivar a paz em nome de Deus. E frisou que se existe quem deseja dividir e criar confronto, os representantes das religiões acreditam na importância de caminhar junto para a paz, que é, principalmente, uma atitude do coração.
“Povos irmãos para sonhar a paz. Mas o sonho da paz hoje se conjuga com um outro, o sonho da terra futura. É o empenho pelo cuidado da criação, pela casa comum que deixaremos aos jovens”, ressaltou.
Francisco concluiu recordando uma lição deste tempo de pandemia: não podemos continuar sãos em um mundo doente. A oração e a ação podem reorientar o curso da história.
“Coragem, irmãos e irmãs! Temos diante dos olhos uma visão, que é a mesma de tantos jovens e homens de boa vontade: a terra como casa comum, habitada por povos irmãos. Sim, sonhamos com religiões irmãs e povos irmãos! Religiões irmãs, que ajudam povos a serem irmãos na paz, custódios reconciliados da casa comum da criação”.