Catequese

A guerra é uma traição blasfema ao Senhor da Páscoa, frisa Papa

Na catequese desta quarta-feira, 13, Francisco criticou as guerras: “A paz do mundo é apenas um intervalo entre guerras. (…) A paz de Cristo é desarmada”

Da redação, com Vatican News

Crianças entregaram desenhos ao Papa que fazem referência à guerra na Ucrânia /Foto: REUTERS/Yara Nardi

O Papa Francisco fez uma pausa em sua série de catequeses sobre os idosos e dedicou sua reflexão desta quarta-feira, 13, à Semana Santa. O tema da Audiência Geral foi: “A paz da Páscoa”.

Leia na íntegra
.: Catequese do Papa Francisco: “A paz da Páscoa” – 13/04/2022

Diante de milhares de fiéis entusiastas na Sala Paulo VI, Francisco explicou que a Semana Santa vai do Domingo de Ramos ao Domingo da Páscoa. No domingo passado, Cristo entra solenemente em Jerusalém, acolhido como Messias.

A paz do mundo é apenas um intervalo entre guerras

Francisco afirmou que a paz que Jesus dá a todos na Páscoa não segue as estratégias do mundo, que acredita poder obtê-la através da força, da conquista e de várias formas de imposição. “Esta paz, na realidade, é apenas um intervalo entre guerras”, alertou.

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A paz do Senhor, prosseguiu o Pontífice, segue o caminho da mansidão e da cruz; no entanto, é difícil de aceitá-la. De fato, o Santo Padre frisou que a multidão que aclamava Jesus é a mesma multidão que alguns dias depois grita “Crucifica-o” e, com medo e desilusão, não levanta um dedo por Ele.

A paz de Cristo é desarmada

O Papa citou o escritor russo Dostoievski, em especial a obra Lenda do Grande Inquisidor. Ele fala de Jesus que, após vários séculos, regressa à Terra. No livro, o Inquisidor interroga e critica ferozmente Cristo, esperando uma resposta do mesmo nível. Mas também aqui Cristo reage com um gesto dócil.

Francisco então comentou, fazendo referência à guerra na Ucrânia:

“A paz de Jesus não domina os outros, nunca é uma paz armada. As armas do Evangelho são a oração, a ternura, o perdão e o amor gratuito ao próximo, a todos. Esta é a forma de trazer a paz de Deus ao mundo. É por isso que a agressão armada destes dias, como qualquer guerra, é um ultraje contra Deus, uma traição blasfema ao Senhor da Páscoa, preferindo ao seu rosto manso o do falso deus deste mundo. Sempre. A guerra é uma ação humana que leva à idolatria do poder.”

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O poder mundano, acrescentou o Pontífice, só deixa destruição e morte. A Páscoa é então a verdadeira festa de Deus e do homem, e seu significado é “passagem”, ainda mais emblemático neste período:

“Especialmente este ano, é a ocasião abençoada para passar do Deus mundano para o Deus cristão, da avidez que levamos dentro de nós para a caridade que nos liberta, da expectativa de uma paz trazida pela força para o compromisso de testemunhar concretamente a paz de Jesus. Coloquemo-nos perante o Crucificado, a fonte da nossa paz, e peçamos-lhe paz do coração e paz no mundo.”

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