Estado é chamado a reconhecer identidade da família, diz Papa

Depois de se reunir com os jovens crismandos neste sábado, 2, o Papa Bento XVI teve um breve encontro com o Cardeal Carlo Maria Martini, Arcebispo emérito da igreja ambrosiana. Já às 17h (horário local),o Santo Padre dialogou com representantes das diversas Autoridades institucionais, civis e militares, empresários e trabalhadores, do mundo da cultura e da educação da sociedade milanesa e lombarda. No encontro, o Pontífice se utilizou de alguns ensinamento de Santo Ambrósio para falar da importância da justiça e do amor no governo de uma nação.

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O Papa recordou que Santo Ambrósio disse uma vez que “a instituição do poder deriva tão bem de Deus, que aquele que a exerce é ele mesmo um ministro de Deus” (Expositio Evangelii secundum Lucam, IV, 29)”. Estas palavras, de acordo com o Papa, indicam uma verdade central da pessoa humana, que é o fundamento próprio da convivência social: o fato de nenhum poder do homem poder ser considerado divino, de forma que nenhum homem é dono de outro homem.

BentoXVI recorreu ainda a outros dois ensimentos de Santo Ambrósio no que diz respeito às qualidades da pessoa que governa: a justiça e o amor à liberdade. O Pontífice explicou que a justiça é uma virtude pública por excelência, porque diz respeito ao bem de toda a comunidade, mas enfatizou que isso não é o suficiente e é aí que entra o amor à liberdade, considerado por Santo Ambrósio como essencial para classificar um líder como bom ou mau.

“Liberdade não significa arbítrio do indivíduo, mas implica a responsabilidade de cada um. Está aqui um dos elementos principais da laicidade do Estado: garantir a liberdade para que todos possam propor sua visão da vida comum, sempre, no respeito ao outro e no contexto das leis que buscam o bem de todos”, disse o Papa.

O bispo de Roma continuou dizendo que o Estado é “serviço e tutela da pessoa e seu bem estar”, a começar pelo direito à vida. Dessa forma, percebe-se que a legislação e a obra das instituições estatais devam estar, em particular, a serviço da família. “O Estado é chamado a reconhecer a identidade própria da família, fundada sobre o matrimônio e aberta à vida, e também o direito primário dos pais à livre educação e formação dos filhos, de acordo com o projeto educativo considerado por eles válido e pertinente. Não faz justiça à família, se o Estado não sustenta a liberdade de educação para o bem comum da sociedade.

Ao citar esse papel do Estado diante dos cidadãos, o Santo Padre lembrou a colaboração com a Igreja nesse processo, não no sentido de confundir as atividades de ambos, mas para ver a contribuição que a Igreja ofereceu e pode oferecer para a sociedade com sua experiência,  doutrina, tradição, instituições e suas obras com as quais se coloca a serviço do povo.

Antes de conceder sua Benção Apostólica aos presentes, o Papa citou o convite de Santo Ambrósio para que todos aqueles que queiram contribuir com a administração pública o façam com amor. Da mesma forma, governar com a razão, que move e estimula a atuação na vida pública e só pode ser a vontade de dedicar-se ao bem dos cidadãos. “Assim, a política é profundamente enobrecida, tornando-se uma elevada forma de caridade”, destacou. Depois do encontro com as autoridades civis, Bento XVI segue logo mais para a Festa dos Testemunhos, no Parque de Bresso.

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