Em entrevista durante a viagem de avião rumo ao México, nesta sexta-feira, 23, o Papa Bento XVI destacou o combate ao tráfico de drogas no México, a situação social de Cuba e ainda os desafios da nova evangelização na América Latina.
“Vou para encorajar e para aprender, para confortar na fé, na esperança e na caridade”, disse Bento XVI aos jornalistas ao falar de como conduzirá esta 23ª viagem internacional.
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O Papa ressaltou que sua visita está traçada sobre as raízes históricas da viagem feita pelo então Papa João Paulo II. Ao responder a pergunta de um jornalista sobre o problema do narcotráfico e a violência no México, o Papa salientou que a Igreja Católica tem uma grande responsabilidade quanto a esse combate.
“Devemos fazer o possível contra este mal destrutivo da humanidade e da nossa juventude. Dizer que o primeiro ato é anunciar Deus”, afirmou o Santo Padre.
É responsabilidade da Igreja, disse ainda o Pontífice, “educar para a consciência, para a responsabilidade moral” e “desmascarar o mal”. É preciso “desmascarar esta idolatria do dinheiro que escraviza os homens”, “desmascarar estas falsas promessas”. O Papa disse ainda que a Igreja “desmarcara o mal” apresentando a bondade de Deus, “Sua verdade”.
Sobre a situação sociopolítica de Cuba, Bento XVI recordou como a visita de João Paulo II, 14 anos atrás, “inaugurou uma estrada de colaboração e diálogo”, um caminho que “exige paciência”, mas que “vai adiante”.
Ele acrescentou que a ideologia marxista “não responde mais à realidade” e assegurou que a Igreja quer ajudar “em espírito e diálogo” “para dar vida a uma sociedade mais justa”. A Igreja, destacou, “está sempre do lado da liberdade” de consciência e de religião.
“A Igreja não é um poder político, não é um partido, mas é uma realidade moral, uma autoridade moral”. Portanto, é responsabilidade da Igreja “educar e conscientizar e, assim, criar a responsabilidade necessária; educar para que a conscientização seja feita na esfera individual, bem como na esfera pública”.
Ele também observou que, sobretudo na América Latina, “não poucos católicos” se encontram numa certa “esquizofrenia entre a moral individual e aquela pública”. Na esfera individual, afirmou, “existem católicos fiéis, mas na vida pública caminham sobre estradas que não respondem aos grandes valores do Evangelho que são necessários para a fundação de uma sociedade justa”.
Ao falar do empenho à nova evangelização na América Latina, ele reiterou que estes estão ligados ao combate à secularização.
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