Leia na íntegra o discurso de despedida do Papa Bento XVI proferido no aeroporto internacional de Barcelona, neste domingo, 7.
Majestade,
Senhor Cardial Arcebispo de Barcelona,
Senhor Cardial Presidente da Conferência Episcopal Espanhola,
Senhor Presidente do Governo,
Distintas autoridades nacionais, regionais e locais,
Caros irmãos e irmãs,
Todos amigos,
Muitíssimo obrigado. Desejaria que estas breves palavras pudessem exprimir os sentimentos de gratidão que levo no coração ao concluir minha visita a Santiago de Compostela e a Barcelona. Muitíssimo obrigada, Majestade, por poder estar aqui presente. Reconheço a cortesia das palavras que Vossa Majestade teve a gentileza de dirigir-me e que são expressão do afeto deste nobre povo ao Sucessor de Pedro.
Juntamente, quero manifestar a minha cordal gratidão às Autoridades que vos acompanham, aos Senhores Arcebispos de Santiago de Compostela e de Barcelona, ao Episcopado espanhol e a tantas pessoas que, sem medir sacrifícios, colaboraram para que esta viagem se realizasse facilmente. Agradeço vivamente por todas as contínuas dedicações de atenção que reservaram nestes dias ao Papa, e que colocam em destaque a hospitalidade e a acolhida da gente dessa terra, tão fascinante ao meu coração.
Em Compostela pude unir-me, como um peregrino, aos outros, às tantas pessoas da Espanha, da Europa e de outros lugares do mundo que chegam ao túmulo do Apóstolo pata reforçar a própria fé e receber o perdão e a paz.
Como sucessor de Pedro, vim para fortalecer meus irmãos na fé. Aquela fé que na aurora do cristianismo se uniu à esta terra e se enraizou tão profundamente que veio moldando o espírito, os costumes, a arte e o caráter das pessoas que aqui vivem.
Perseverar e crescer neste rico patrimônio espiritual, é sinal não somente do amor de um país à sua própria cultura, mas é também um caminho privilegiado para transmitir às jovens gerações aqueles valores fundamentais tão necessários para edificar um futuro de convivência harmoniosa e solidária.
As estradas que atravessam a Europa para chegar à Santiago eram muito diferentes entre si, cada uma com a sua própria língua e própria peculiaridade, mas a fé era a mesma. Havia uma linguagem comum, o Evangelho de Cristo. Em qualquer lugar, o peregrino podia sentir-se como em sua casa. Mas além das diferentes nacionalidades, sabiam que eram membros de uma grande família, à qual faziam parte os outros peregrinos e habitantes que encontrava em seu caminho.
Que esta fé encontre novo vigor neste continente, e se transforme em fonte de inspiração, fazendo crescer a solidariedade e o serviço à todos, especialmente aos grupos humanitários e às nações mais necessitadas.
Em Barcelona, tive a imensa alegria de dedicar a Basílica da Sagrada Família, que Gaudí concebeu como um louvor de pedra à Deus, e visitei uma significativa instituição eclesial de caráter beneficente e social. São como dois símbolos na Barcelona de hoje, da fecundidade daquela mesma fé, que significa também a profundidade daquele povo e que, por meio da caridade e a beleza do mistério de Deus, contribui a criar uma sociedade mais digna do homem.
De fato, a beleza, a santidade e o amor de Deus levam o homem a viver no mundo com esperança.
Volto à Roma depois de ter visitado somente dois lugares desta maravilhosa terra. No entanto, com a oração e o pensamento desejei abraçar todos os espanhóis, sem exceção alguma, e todos aqueles que vivem entre vocês, sem terem nascido aqui.
Levo todos no meu coração e rezo por todos, em particular por aqueles que sofrem, e os coloco sobre a proteção materna de Maria Santíssima, tão venerada e invocada na Galácia, na Catalunha e nas outras regiões da Espanha. À Ela peço também que vos conceda, do Alto, os abundantes dons celestiais, que vos ajude a viver como uma só família, guiados pela luz da fé. Vos abençoo, em nome do Senhor.
Com a ajuda, os rencontro em Madri no próximo ano, para a celebração da Jornada Mundial da Juventude. Até logo!
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