Igreja não renunciará a verdade e a liberdade, afirma Papa

Em sua visita a Catedral de Santiago de Compostela, o Papa Bento XVI ressaltou que a Igreja está a serviço da verdade e da liberdade, e não pode renunciar a nenhuma dessas duas dimensões. A mensagem do Papa foi recebida com aplausos acompanhados pela recitação do hino do peregrino.

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Ao receber o caloroso abraço de milhares de fiéis, o Papa afirmou que este momento é realmente o resultado da fé, se sentindo introduzido nesse “mistério de amor”, e de um certo modo abraçado por Deus, transformado pelo amor.

“A Igreja é este abraço de Deus no qual os homens também aprendem a abraçar os próprios irmãos, descobrindo nesses a imagem e semelhança divina, que constitui a verdade mais profunda de si mesmo, e que é origem da verdadeira liberdade”, elucidou Bento XVI.

Sobre a verdade e a liberdade, o Papa salientou que há uma relação estreita e necessária entre elas, e a busca honesta da verdade e a inspiração à essa, são as condições para uma autêntica liberdade. “Não se pode viver uma sem a outra. A Igreja, que deseja servir com todas as suas forças a pessoa humana e a sua dignidade, está a serviço tanto da verdade quanto da liberdade”

O Santo Padre ressaltou ainda que não se pode renunciá-las, porque o que está em jogo é o ser humano. “E porque sem tal aspiração à verdade, à justiça e à liberdade, o homem se perderá em si mesmo”, enfatizou.

O Papa convidou todos os fiéis a viverem iluminados pela verdade de Cristo, professando a fé com alegria, coerência e simplicidade, em casa, no trabalho, e nos empenhos como cidadãos. “Que alegria em vê-los, filhos amados de Deus, poder inspirá-los também um amor sempre mais profundo com a Igreja, colaborando com ela na missão de levar Cristo a todos os homens”.

Bento XVI pediu que os fiéis pedissem ao Padroeiro, São Tiago, para que muitos jovens se consagram a esta missão no ministério sacerdotal e na vida consagrada. “Hoje, como sempre, vale a pena dedicar-se, por toda a sua vida, a portar a novidade do Evangelho”, lembrou.

Enfim, o Papa destacou que experimentar o que  é andar em peregrinação significa sair de si mesmo para andar ao encontro de Deus, no lugar onde Ele se manifestou, onde a Sua graça divina se mostrou com particular esplendor e produziu abundantes frutos de conversão e santidade entre os fiéis.

O Pontífice expressou o seu agradecimento a todos os católicos espanhóis pela sua generosidade, salientando que esta sustenta tantas instituições de caridade e de promoção humana. Pediu ainda para que os espanhóis não deixem de lado essas obras que trazem benefícios à toda sociedade, e a qual de modo eficaz se manifesta especialmente nesta atual situação de crise econômica, assim como em ocasiões de graves calamidades naturais que atingiram o país.

Após a visita à Catedral, o Papa seguiu para um almoço com os cardeais e bispos espanhóis. E, em seguida, Bento XVI se transferirá para a Praça do Obradoiro, onde celebrará a Santa Missa, com transmissão ao vivo pela Tv Canção Nova. Nesta ocasião, se encontrará também com o líder da oposição espanhola, o galego Mariano Rajoy. Durante a cerimônia, o Papa vai falar também na língua local, o galego.

No início da noite deixará Compostela em direção a Barcelona, onde na manhã deste domingo, 6, consagrará o templo da Sagrada Família, obra-prima de Gaudí em construção durante os últimos 128 anos.

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